Balanço

Reforços, saídas e preparativos para os treinos. A pandemia do Athletico

Athletico treina no CT do Caju com jogadores de forma individual no campo. Foto: Mauricio Mano/Athletico

Nesta quarta-feira (3), completam 80 dias do último jogo oficial do Athletico, a derrota por 4×0 para o Coritiba, na última rodada da fase classificatória do Paranaense. Mas o que se passou no clube durante todo esse período? A Gazeta do Povo e a Tribuna do Paraná separaram os assuntos que chamaram atenção no Furacão durante a pandemia do coronavírus.

Reforços

Atacante Walter chegou para ser testado no Furacão. Foto: Lucas Gandhy/Athletico

Logo após o início da paralisação forçada, no dia 19 de março, o Athletico anunciou a contratação do zagueiro Felipe Aguilar, do Santos, por cerca de R$ 10 milhões, a maior compra da história do futebol paranaense.

Mas o que chamou mais atenção mesmo foi o retorno do atacante Walter. Com um contrato inicial até início de agosto e diversas polêmicas na carreira, o jogador chega para ser o novo camisa 9 do Rubro-Negro e se recuperar na profissão.

O Furacão ainda encaminhou a prorrogação de contrato do volante Wellington.

Saídas

Robson Bambu está de malas prontas pra França. Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

Ficou confirmada a saída do zagueiro Robson Bambu, vendido para o Nice, da França, por cerca de R$ 47 milhões, a terceira maior venda da história do clube. O atleta segue treinando no clube até ter autorização para viajar.

Outro que deixou o clube foi o meia Denner, emprestado para a Chapecoense. Da equipe de aspirantes, o zagueiro Danilo Boza, o lateral-direito Reginaldo, o meia Elias Lira e o atacante Breno Lopes, que estavam com o contrato acabando, também não fazem mais parte do elenco.

Também foi notícia a saída do jovem Bernardo Valim, de 13 anos, que tinha gerado uma crise entre o Athletico e o Botafogo, com direito a troca de acusações em notas oficiais.

Especulações

Meia Evandro pode voltar ao Furacão. Foto: Ivan Storti/Santos FC

Foi noticiado neste período o interessado do Furacão no meia Ramires, do Bahia; no zagueiro chileno Benjamín Kuscevic, do Universidad Católica; no meia Evandro, do Santos; no meia Ramiro Vaca, do boliviano The Strongest; e no lateral Marcinho, do Botafogo. Mas todos estes os negócios não chegaram a se concretizar até hoje.

Chegou-se a especular a vida do atacante Ricardo Oliveira, do Atlético-MG. Mas o presidente atleticano negou o interesse.

Outro negócio que ainda não se concretizou, mas relacionado à saída, foi o interesse do Galo em Léo Cittadini. Mais recentemente foi divulgado o interesse do Valencia, da Espanha, no atleta.

Pandemia

Zagueiro Aguilar chega ao CT do Caju. Foto: Fabio Wosniak/Athletico

O Athletico chegou a colocar o seu centro de treinamento e a Arena da Baixada à disposição do poder público para ajudar no combate da pandemia, mas as propriedades do clube não chegaram a ser utilizadas. O Hospital Pequeno Príncipe chegou a agradecer oficialmente.

Sem jogos, o clube paralisou os treinos e adiantou as férias de funcionários, comissão técnica e jogadores. Com algumas receitas suspensas, o Rubro-Negro deixou de pagar os direitos de imagem dos jogadores no dia 15 de abril. No dia 5 de maio o clube oficializou a redução de 25% dos salários de jogadores e funcionários.

No dia 1 de maio o elenco se reapresentou, por videoconferência. No dia 7 foi a vez da entrega de máscaras para os sócios do clube e um pouco antes para os jogadores. No dia 11 começou a preparação física dos atletas, ainda em home office. Já no dia 27 os jogadores retornaram ao centro de treinamento rubro-negro para trabalhos individuais.

Pelas redes sociais, o presidente Petraglia negou a possibilidade de reduzir o valor dos sócios nesse período. “Se o Furacão não for ajudado, vai quebrar”, garantiu. Teve até plano de sócios falso publicado, com direito a acusação do clube contra hackers. Sem contar a reclamação por redes sociais de movimentos LGBT diante do silêncio do clube no dia internacional de combate a homofobia, no dia 17 de maio, e a manifestação do clube contra o racismo recentemente.

Sem contar o aniversário de 96 anos do Furacão nesse período, com direito a parabéns até da Conmebol.

Direito de Transmissão

Foto: Divulgação

As disputas em relação aos direitos de transmissão também chamaram atenção nessa época de pandemia. A TV Globo chegou a suspender o pagamento de parcela relacionada ao Brasileirão.

Mas o que foi mais relevante foi a intenção da Turner em romper a parceria com os clubes com quem tinha contrato. O Furacão se sentiu traído com a atitude e junto com outros times busca um melhor desfecho para a situação. A empresa chegou a suspender parte dos pagamentos.

Arena da Baixada

Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

No dia 9 de abril uma perícia da Fundação Getúlio Vargas foi muito comemorada dentro do clube pois apontou que o orçamento inicial para as obras da Arena “não era realista”. O presidente do clube, Mario Celso Petraglia, chegou a dizer que esse documento “enterra para sempre qualquer dúvida” relacionada ao tema.

Em uma live no dia 21 de maio, o Athletico, representado pelo advogado Luiz Fernando Pereira, cobrou a divisão tripartite do valor final da obra utilizando essa perícia como argumento.

Por fim, o estádio rubro-negro ainda se tornou candidato a receber as finais da Libertadores e Sul-Americana entre 2021 e 2023.

Balanço e planejamento

Técnico Dorival Júnior. Foto: Albari Rosa/Foto Digital/Gazeta do Povo

Um fato que marcou esse período sem jogos foi a divulgação do balanço anual financeiro do clube. Premiações, TV e venda de jogadores fizeram o Athletico ter uma receita recorde em 2019 e um superávit de R$ 63 milhões.

A pandemia fez com que o Athletico mudasse o seu planejamento para esse ano. Um exemplo é a intenção do clube de seguir a reta final do Paranaense com a equipe principal. O técnico Dorival Júnior chegou a citar o Barcelona como exemplo de preparação.

Luto

Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo

No dia 25 de maio morreu o técnico Vadão. Com uma passagem marcante pelo Furacão, ele foi decisivo para a evolução do clube, comandando o Rubro-Negro por 164 jogos no total.


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