Indícios!

Cristiana Brittes será denunciada por homicídio pela morte de Daniel

Família alega que Edison agiu desta forma para defender a mulher, que seria vítima de uma tentativa de estupro. Foto: Reprodução

Cristiana Rodrigues Brittes, esposa de Edison Brittes, assassino confesso de Daniel Corrêa de Freitas, também vai ser denunciada por homicídio pela morte do jogador. A decisão foi divulgada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (26), que explicou que, pelo inquérito da Polícia Civil, a mulher respondia apenas pelos crimes de coação de testemunha e fraude processual.

Segundo o promotor do caso, João Nilton Salles, há indícios de que o assassinato não aconteceria sem a colaboração de Cristiana. Além disso, o MP-PR afirma que ela não teria agido para impedir as agressões ao atleta.

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Na entrevista, o promotor disse acreditar que Cristiana teria dado intimidade a Daniel para fazer as brincadeiras nas mensagens de Whatsapp. O jogador enviou a um amigo algumas fotos ao lado da esposa de Edison, ainda na cama do casal, imagens estas que teriam sido o motivo de Edison se revoltar ainda mais com a situação e resolver matar o rapaz. “Ela teria dado toda a possibilidade de acreditar que aquela brincadeira estaria dentro da normalidade, nas circunstâncias que deram”, comentou João Salles.

Conforme o promotor, através do que soube pelas investigações, Cristiana sabia que seu marido era violento e ainda o orientou sobre como deveria agir. “Ela sabia do caráter do marido, da personalidade violenta dele. E quando se iniciaram os atos de homicídio que culminaram na morte de Daniel, ao invés de tentar evitar essa conduta, ela determinou. Isso está claro nos autos, que o Daniel fosse retirado da casa e que eles terminassem os atos de execução fora [da casa]”, disse.

A denúncia dos envolvidos no assassinato devem ser apresentadas pelo MP-PR nesta semana à Justiça. Além de homicídio triplamente qualificado, Edison vai responder por ocultação de cadáver, coação de testemunhas e fraude processual, os mesmos crimes que foram apontados para Cristiana. Já a filha do casal, Allana Brittes, foi indiciada por coação de testemunhas e fraude processual.

Além dos três, outras quatro pessoas foram indiciadas. Eduardo da Silva, David Willian da Silva (ambos de 19 anos) e Ygor King (18 anos) por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Já Eduardo Purkote (18 anos) foi indiciado por lesões corporais graves.

Foto: Reprodução
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O que diz a defesa?

O advogado Cláudio Dalledone Junior, que representa a família Brittes, disse, em nota, que repudia as colocações do MP-PR sobre Cristiana. “É estarrecedor o argumento de que seria ela a causadora dos crimes de importunação sexual e tentativa de estupro dos quais foi vítima, enquanto dormia em seu quarto”.

Além de repudiar o que foi dito pelo promotor, Dalledone também manteve a versão de que Cristiana foi vítima de uma tentativa de estupro, o que já foi até descartado pela Polícia Civil, e disse lamentar “as infelizes declarações e reitera à sociedade que a mulher jamais será culpada por ser vítima de agressões físicas, emocionais ou sexuais”, apontou, ainda em nota.

Relembre o caso

Daniel era jogador de futebol e veio a Curitiba para participar da festa de aniversário de Allana, no dia 26 de outubro. O rapaz desapareceu depois de ir até a casa da família de Allana, onde os jovens continuaram as comemorações da festa, e o corpo dele foi encontrado num matagal de São José dos Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba (RMC), no dia 27 de outubro. O assassinato teve sinais de tortura, já que o pescoço estava quase degolado e o pênis decepado.

À polícia, o empresário admitiu que matou Daniel porque teria o flagrado tentando estuprar Cristiana, sua esposa. Enquanto esteve no quarto junto com a mulher, que aparentemente dormia, o jogador mandou fotos ao amigo, dizendo que teria relações sexuais com ela. Edison teria entrado no quarto ao ver que Daniel estaria tentando violentar sua mulher, o espancou e depois o levou ao matagal – onde foi encontrado morto – no porta-malas de um carro.

Desde que o crime foi descoberto pela polícia, muitas contradições começaram a surgir e a principal delas foi a questão da tentativa de estupro. Essa situação foi inclusive questionada pela Polícia Civil, que descartou que houve este tipo de crime, conforme informou o delegado Amadeu Trevisan. Além disso, Edison disse que a faca usada para matar Daniel estava dentro do carro, mas uma das pessoas envolvidas teria dito, em depoimento, que viu o homem pegar a faca na cozinha da casa antes de sair com o carro.

Foto: Reprodução.
Foto: Reprodução.

Sangue frio

Antes que o corpo de Daniel fosse encontrado, a família do jogador começou a procurar desesperada por ele e Edison foi uma das pessoas que fez contato com os familiares do rapaz. Com frieza, e antes de ser preso, o empresário chegou a ligar para os familiares e para amigos de Daniel, dizendo que queria prestar apoio e dizia que estava triste com a situação. Além dele, Allana também trocou mensagens com familiares do rapaz, dizendo que não houve briga na casa e contando que Daniel tinha ido embora sozinho.

Em sua carreira no futebol, Daniel chegou a jogar pelo Coritiba, mas teve sua passagem pelo time paranaense prejudicada em 2017, por conta de lesões. O rapaz era de Juiz de Fora, em Minas Gerais (MG) e também passou pelo Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Ponte Preta e, até o dia do crime, jogava pelo São Bento de Sorocaba, em São Paulo (SP). A família de Daniel enterrou o corpo do rapaz no dia 31 de outubro, em Conselheiro Lafaiete, também em MG.

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