Na festa de aniversário!

Não sou amigo da família Brittes, diz Recalcatti à imprensa

Depois do que foi noticiado nacionalmente pelo Fantástico, da Globo, neste domingo (18), sobre as relações de Edison Brittes, autor confesso da morte do jogador Daniel Corrêa de Freitas, o deputado estadual Rubens Recalcatti convocou a imprensa, nesta segunda-feira (19), para dizer que não é e nunca foi amigo de Edison. Segundo o deputado, a relação era política. Além disso, Recalcatti não quis comentar sobre o carro de Edison – um Veloster, que foi usado para o transporte de Daniel até onde foi achado morto – que estava em posse de um amigo dele.

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O deputado, que foi delegado da Polícia Civil até se aposentar, contou que conheceu Edison durante a campanha política de 2014. “E essa é a relação que temos, praticamente de campanha política, porque tenho muitos conhecidos no bairro onde ele mora, em São José dos Pinhais, e participo ativamente na questão política”.

Foto: Reprodução.
Recalcatti mandou recado para Cristiana Brittes em uma festa de aniversário. Foto: Reprodução.

Recalcatti também falou sobre o vídeo que foi mostrado pelo Fantástico, em que ele está numa festa de confraternização pelo aniversário de Cristiana Brittes, também presa suspeita do crime. Na ocasião, o deputado afirmou que ela era amiga do coração, demonstrando então o contrário do que ele disse, de que a relação não era de amizade.

“Era um aniversário, não posso ficar afastado em uma festa. Estava no aniversário da mulher dele, mas foi uma festa normal, como participo de várias quando as pessoas me chamam. Eu já ia à casa das pessoas quando era policial e agora político passei a frequentar mais ainda, então não vejo nada de diferente”, comentou.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.
“Se eu estou no seu aniversário, é claro que vou dizer que você é meu amigo do peito”, disse Recalcatti. Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná.

Sobre a afirmação de que Cristiana seria sua amiga do coração, Recalcatti esclareceu. “Se eu estou no seu aniversário, é claro que vou dizer que você é meu amigo do peito, era uma festa de confraternização”, disse.

Quando Edison Brittes foi preso, em junho deste ano, ele teria usado o nome de Recalcatti aos policiais, que colocaram isso no registro da ocorrência. O deputado destaca que Edison nunca ligou para ele. “Ao final do B.O., o policial colocou que ele (Edison) disse que iria ligar para o deputado Recalcatti. Ele não me ligou e ainda que ligasse eu não pediria ajuda para ele. Disseram que eu fui à delegacia e ficou entendido que eu teria ido também nessa oportunidade do crime do Daniel, mas não fui em nenhuma vez”.

Segundo o deputado, não há razão para que seu nome seja relacionado à morte de Daniel. “Não vejo nenhum motivo de me relacionar ao caso Brittes. O Ministério Público do Paraná abrir investigação, é dever dele, mas não tenho ligação e é estou disponível para esclarecer”.

A situação do Veloster

O Veloster, carro usado por Edison Brittes, não pertencia ao empresário. Segundo o cadastro do DETRAN, o veículo estava em nome de uma empresa de materiais de construção de Piraquara, também na RMC, mas quem tinha a posse era Edenir Conton, conhecido como “Gauchinho”, que também aparece nas imagens da festa na casa da família Brittes.

Gauchinho, além de ser policial civil – embora afastado das funções desde julho do ano passado – é amigo de Rubens Recalcatti. Ele tinha a posse do veículo desde 2015, através de uma procuração judicial, e teria passado o carro, por algum motivo, à Edison Brittes. O veículo, que foi usado pelo assassino para levar Daniel até São José dos Pinhais, foi apreendido pela polícia. “Não posso comentar sobre essa questão do carro, mas porque desconheço e prefiro não falar sobre algo que não sei”, disse Recalcatti.
Segundo o deputado, Gauchinho é seu amigo, mas não trabalha com ele. “E a relação que ele tem com eles (família Brittes) é praticamente a mesma que eu tenho”, finalizou Recalcatti, reforçando que toda a dimensão que tomou conta a divulgação de seu nome atrelado ao de Edison Brittes está o incomodando. “E incomodando muito”.

Cláudio Dalledone Júnior, advogado de Recalcatti e que também defende Edison Brittes, preferiu não se manifestar por enquanto sobre o assunto. À Tribuna do Paraná, Dalledone disse que, no momento oportuno, deve falar sobre a situação que envolve o carro, mas confirmou que não se tratou de um simples empréstimo para que Edison usasse para o crime, por exemplo, e depois devolvesse.

Ao Fantástico, o advogado de Edenir contou que ele vendeu o carro ao autor do crime. “Ele vendeu o carro ao Edison Brittes. Não transferiu o carro apenas por uma questão formal, documental, que com certeza seria feita dentro do prazo que eles julgassem necessário”, disse Leonardo Buchmann.

Organização criminosa

Além do chip de telefone de um homem morto e o carro que seria do policial, Brittes também usava uma moto que estava em nome de um traficante preso. Segundo o advogado dele, estava prestes a regularizar a moto. “Ele não tem qualquer ligação ou envolvimento com o traficante ou com o narcotráfico”, disse, também ao Fantástico, Claudio Dalledone Junior.

A Polícia Civil continua investigando o crime e o trabalho, feito pela Delegacia de São José dos Pinhais, segue avançado já com sete pessoas presas suspeitas de envolvimento no assassinato. Apesar disso, para entender o que de fato se passou no dia do crime e também sobre a situação de Edison Brittes, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) abriu investigação sobre os bens dele.

Segundo o promotor de Justiça João Milton Salles, os fatos e as ligações são muito claras. “O que o Ministério Público entende, é que tem que ser instaurado um procedimento para apurar a eventual existência de uma quadrilha ou de um crime organizado, ligado a este tipo de criminalidade: receptação de bens ou roubo”, disse, também ao Fantástico, indicando a possibilidade de que Brittes possa ser parte de uma quadrilha criminosa.

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Sexta-feira (16): Edison proibiu testemunha de chamar ambulância que poderia salvar jogador 

Segunda-feira (19): Carro utilizado por Edison pra levar jogador até o local de crime está em nome de policial

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