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Sistema X, El Potato, Sunshine, Rave e mais: Baladas de Curitiba dos anos 90 deixam saudade

Pista cheia no Sistema X. Foto: Reprodução

As baladas famosas em Curitiba nos anos 1990 e 2000 podem ter fechado, mas a memória dos frequentadores foi recuperada com a primeira parte da reportagem da Tribuna do Paraná sobre as antigas casas noturnas que fizeram sucesso na capital. 

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Nas redes sociais da Tribuna, foram vários comentários de pessoas que relembraram os lugares, enviaram fotos antigas dos ingressos e compartilharam histórias que fizeram parte da vida de muitos adolescentes, jovens e adultos em início da vida de Curitiba.

Neste segundo capítulo, vamos contar com as postagens dos leitores, que ajudaram na produção esse material. Então, “bora” dar uns passinhos na Sunshine, curtir um bunker no El Potato, evitar a escada do terror do Zimbabwe, tomar um capeta flamejante na Sistema X, e fechar a noite na Rave ou no Flick´s. Partiu?

Sunshine

A boate mais importante da região Sul de Curitiba foi a Sunshine. Ficava na Avenida Winston Churchill, pertinho do terminal do Pinheirinho. A balada fazia parte de um espécie de “paraíso da festa”, que incluía o rock pesado da Arco-Íris e a boate de luz vermelha da Montanha Drinks.

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Quanto ao som, rolava de tudo. Eurodance predominava, o chamado “poperô”, mas ao longo da noite tocava de rock nacional a Ramones. A Sunshine foi uma das pioneiras a trocar a fitas cassetes por CDs, o que criava problemas para os DJs, pois o equipamento ficava em cima de uma pilastra de metal, em uma espécie de “cabine”. O problema era que o aparelho do som era bem sensível e fazia o CD “pular”. A balada esteve em funcionamento até 2003, no Pinheirinho.

Sistema X

Sistema X, Foto: Arquivo/Hedeson Alves/Tribuna do Paraná.

A sistema X nasceu como uma equipe de som. Um tipo de estrutura itinerante de shows e festas, muito comum em 1978, quando foi criada pelo toledense Gilmar Berte.

Em 1985, Berte teve a oportunidade de locar o imóvel da Sociedade Trieste, em Santa Felicidade e a transformou numa casa noturna. Logo, a Sistema X se tornou referência de balada popular da cidade.

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Ainda com os amigos, teve a ideia de colocar no salão do clube quatro caixas de som em cada canto. Além disto, a forma da colocação das caixas lembra o formato da letra X. “Era um som aos quatros cantos e o público adorou a novidade. As pessoas falavam que a gente era do sistema. Hoje vai tocar o sistema em tal clube e isso pegou. Foi colocar o X e já tinha o nome da minha casa noturna”, comentou em entrevista para a Tribuna do Paraná, em 2020.

A Sistema X era tão popular que levava quase duas mil pessoas por noite nos fins de semana. “O Ratinho frequentou algumas vezes lá. Lembro também do Celso Portiolli que ficou conosco por seis meses. Ele estava no começo da carreira e era nosso locutor ”, ressaltou Gilma

Até os 1990, a Sistema X liderou o segmento de “balada do povão”, e foi nesta época que Berte lançou o drink Capeta, especialidade da casa. Contou ponto! Em 2002, o boom imobiliário de Santa Felicidade tirou a Sistema X do local. Em 2006, a casa reabriu em um antigo galpão da Cidade Industrial de Curitiba (CIC), às margens da BR 277. O fim da Sistema X foi em 2020, com a pandemia da Covid-19.

El Potato

O El Potato surgiu em 1989, no bairro Cabral, em um bunker antiaéreo construído pelos donos do imóvel nos anos 1940. Em muitas noites, mais de mil pessoas pagavam ingressos para ver bandas cover que faziam sucesso na cidade, como Ipsis Litteris, Carpe Diem, African Band e Dr. Smith, entre outras. O El Potato tinha uma estratégia que deu certo, fazia o rodízio dos músicos, pois era comum na época cada banda tocar sempre no mesmo bar. 

Outro sucesso que emplacou nesta balada foi o “Domingo é no Potato”, com as bandas famosas que tinham tocado na cidade no sábado esticando na tarde de domingo e cobrando menos, como o The Waillers, Ratos de Porão, O Rappa, Demônios da Garoa e Os Raimundos.

O El Potato também tinha a fama de ter “as paredes que suavam”, tamanha a quantidade de pessoas na balada. Para muitos, foi a melhor balada de Curitiba por anos. Em 1997, fechou para o público.

Zimbabwe

Aberta em 1995, localizado na Avenida Iguaçu, 2074, na esquina com a Ângelo Sampaio, o Zimbabwe tinha uma média de 700 a 800 clientes por noite. Com máscaras africanas na decoração,  a casa foi palco de apresentações de bandas como Dr Smith, African Band, Saul Trumpet e Jeff Sabbag, Blindagem e Viraduavesso.

Um das particularidades do Zimbabwe eram as festas temáticas, como a do pijama e de fantasia, que eram lotadas. Aliás, quem nunca ficou esperando o tombo de alguém da escadaria que levava para a área externa? 

O Zimbabwe se manteve por sete anos, e sofreu um “golpe” quando a prefeitura começou a pavimentação da Avenida Iguaçu, que durou quase um ano e a manteve interditada por todo o período. As reclamações de alguns vizinhos colaboraram para o fechamento da casa, em 2002.

Rave

Aberta em 1994, a Rave marcou época para os jovens mais abastados. Com o conceito da balada trazido da Europa, a casa funcionou na Rua Dom Pedro II, no Batel. Lá, era 100% musica eletrônica de vanguarda. 

Pouca gente sabe ou lembra, mas a casa noturna de Curitiba teve enorme influência no país, pois na época não havia a procura das chamadas festas “rave”, tanto que a marca “rave“ foi patenteada pelos donos em 1994.

A estratégia da Rave, era tocar a música que era executada ao mesmo tempo nos países europeus. Um dos responsáveis pelos sucessos era o DJ Leozinho. A balada durou até 2021, sempre de quinta a sábado, das 22h às 6 da manhã.

Flick´s Dançante

A Avenida Visconde de Guarapuava, 3489, teve várias baladas que ganharam fama entre os jovens de bares “finaleira”, ou seja, para tomar a saideira que iria demorar algumas horas e ainda conseguir um romance na madruga. Com essa temática, o Flick´s fez muito sucesso. 

O espaço era dedicado a uma banda, que quase sempre tocava músicas nacionais animadas e hits românticos internacionais. A pista era formada basicamente por casais que davam passos nem sempre sincronizados, mas com a ginga brasileira. Uma das características nem sempre favoráveis no Flick´s era o calor lá dentro, fora as baforadas dos fumantes, em uma época em que se permitia o fumo nos estabelecimentos. 

Em 2013, o Flick´s chegou a ser fechado por determinação da Justiça, a fim de evitar tragédias como a que vitimou centenas de pessoas em incêndio na boate Kiss, em Santa Maria (RS). Coincidentemente, já com o nome New Flick´s, a balada pegou fogo em 2019, sem ferir ninguém. A suspeita, na época, foi a de que o incêndio tenha sido provocado por vândalos que invadiram o local.

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