Onde homem foi morto

Confusões, gritaria e sujeira: Casa de Passagem em Curitiba traz medo a vizinhos

“É uma dor de cabeça terrível, um terror, está virando uma ‘cracolândia‘, tem briga, gritaria e confusão todos os dias”, são definições de vizinhos que moram próximo da Casa de Passagem no bairro Rebouças, em Curitiba. O local, que deveria ser de acolhimento e proteção para pessoas em situação de rua, virou cena de crime na semana passada. Veja vídeo e fotos abaixo!

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As Casas de Passagem são unidades nas quais pessoas afastadas do núcleo familiar ou mesmo em situação de abandono, ameaça ou violação de direitos podem passar períodos do dia. Nestes locais de acolhimento existem quartos com camas, banheiros com chuveiros, sala de televisão e de convivência, refeitório, e até horta comunitária.

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No bairro Rebouças, na casa localizada na Rua Piquiri, 698, são 140 vagas para pernoite e durante o dia, o local também funciona como Centro POP, ou seja, a população em situação de rua encontra atendimento especializado, individual ou coletivo, para serviços como a confecção de documentos, atividades socioeducativas e qualificação profissional. A responsabilidade do espaço é da Fundação de Ação Social (FAS).

De acordo com os vizinhos, o local, no Rebouças, era para ser um abrigo de pessoas idosas há mais ou menos três anos. Isso ocorreu inicialmente, mas depois, a prefeitura alterou o modelo de acolhimento.

“Depois que virou Casa de Passagem, a nossa vida virou um inferno. Perdemos a segurança, pois o entorno ficou terrível. Eles ficam na frente do terreno para pegar uma das vaga para pernoitar, e se não conseguem, ficam ali encarando todo mundo. Eu evito sair de casa em certos horários, não dá para receber uma visita, pois na parte externa da casa, ficam de conversa alta, pagode e risada. Somos ameaçados, é uma tortura”, disse uma vizinha que pediu para não ter o nome divulgado, por medo de represálias.

Fezes, sujeira, briga e gritaria

As reclamações da vizinhança da Casa de Passagem Rebouças foram feitas para a prefeitura, mas não foram resolvidas. “Estamos cansadas disso. Acredito que a Tribuna do Paraná possa ser a esperança. Tivemos casos de moradores da casa jogando fezes em um dos apartamentos, carros foram quebrados depois de uma invasão e acordamos na madrugada com briga e gritos”, disse a denunciante.

Que prosseguiu com seu relato. “Eu mesma tenho que estender roupa em horários alternativos, pois eles ficam olhando e falando bobagens. Tenho pena das mulheres que ali trabalham na limpeza. Ninguém é responsabilizado”, disse outra vizinha que também preferiu o anonimato.

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A vizinhança chegou a fazer um abaixo-assinado para pedir segurança e proteção na região que virou ponto de consumo de drogas e álcool. “A FAS precisa existir e ajudar quem necessita. Pouco pouco importa saber quem está do meu lado, mas quero ter respeito e privacidade. É muito complicado. Vivemos em uma situação difícil, pois a rua às vezes, parece uma cracolândia. Eles ficam ali bebendo e usando drogas do lado da gente. Eles precisavam ter atividades. Eles fazem dali um resort de férias. Falam alto, jogam truco, fazem pagode, e já teve um do violão que fazia música. Conheço até a risada deles”, completou uma moradora.

E aí, FAS?

Em nota, a Fundação de Ação Social (FAS), informou que existem regras que devem ser cumpridas por todas as pessoas atendidas e acolhidas, sendo que em casos de desrespeito com as normas, o beneficiário poderá ser expulso da unidade.

“Entre essas regras, normalmente previstas em regimentos internos, construídos coletivamente através do diálogo entre equipe de trabalho e população atendida, está a de cumprir o horário de silêncio, em respeito às equipes, aos usuários e à comunidade do entorno. O horário de silêncio começa às 22h, quando todos os acolhidos devem estar recolhidos nos quartos, e vai até as 6h45, horário máximo para que estejam de pé para tomar o café da manhã. Nos casos esporádicos em que são registrados excessos, com barulhos ou algazarras, as equipes de servidores orientam o acolhido. O descumprimento de regras traz consequências que vão desde uma reunião com a equipe técnica, advertência escrita e até o desligamento da unidade”, afirma a nota.

“Além disso, as equipes fazem também o monitoramento através das rondas noturnas nos alojamentos, para intervir em situações necessárias a fim de garantir tranquilidade e sossego durante o horário de sono. No caso da Casa de Passagem Rebouças, os acolhidos são orientados ainda a não permanecer deitados em frente à unidade, durante o dia e à noite”, informou a FAS.

Em Curitiba, para acessar os acolhimentos do município, a pessoa pode procurar espontaneamente as Casas de Passagem ou ser encaminhada pelas equipes técnicas da assistência social, entre elas, a do serviço de abordagem social.
As pessoas em situação de rua também são atendidas nos 10 Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), localizados em todas as regionais da cidade, onde encontram apoio e encaminhamento para a rede de proteção.

Uma das sugestões apresentadas por uma das moradoras no Rebouças foi sobre a possibilidade de existir atividades na Casa de Passagem. Segundo a FAS, essa estratégia ocorre ofertando cursos de profissões. “Mensalmente, a FAS oferece cursos gratuitos do programa Liceu de Ofícios e Inovação, inclusive com turmas exclusivas para a população em situação de rua. Muitos cursos são realizados dentro das unidades de acolhimento para facilitar o acesso. Além disso, são realizadas ações encaminhamentos para o mercado de trabalho”, completou a prefeitura.

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