Unicórnio?

Pacientes já usam cannabis medicinal produzida por startup de Curitiba

Startup com sede administrativa tem produção de cannabis no Uruguai
Cannabis é a matéria-prima da maconha, planta que é proibida no Brasil em sua versão entorpecente, mas liberada entre alguns pontos para o tratamento de algumas doenças através do uso medicina. Foto: Colaboração/PUCMED.

Com raízes curitibanas, uma startup localizada no bairro Santa Felicidade, se tornou – em menos de quatro anos de vida -, uma referência mundial no cultivo de cannabis medicinal e no fornecimento de derivados de biomassa vegetal para fins industriais e científicos. O crescimento da empresa já auxilia pacientes em um hospital de Curitiba e logo irá contribuir ainda mais. A expansão da PUCMED é ousada, e a ideia é transformar a startup no primeiro unicórnio da indústria da cannabis na América Latina.

O canabidiol e outros fitocannabinoides são extraídos da maconha, planta proibida no Brasil em sua versão entorpecente, mas liberada entre alguns pontos para o tratamento de algumas doenças através do uso medicinal. Sua utilização acontece após a extração do insumo que é transformado em óleo. A comprovação cientifica de evolução do quadro de pacientes é visto em diversos lugares do mundo em doenças como epilepsia, Parkinson, esclerose múltipla, dores crônicas, Alzheimer, insônia e ansiedade, além de doenças ginecológicas e odontológicas, como o bruxismo.

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Já existe, inclusive, a comprovação de que o corpo humano conta com um sistema endocanabinoide, que responde positivamente com o uso medicinal, contribuindo para o sistema nervoso central e periférico, imunológico, endócrino e cardiovascular.

Médico  Alfonso Cardozo Ferretjans
O médico Alfonso Cardozo Ferretjans é um dos responsáveis na StartUp. Foto: Colaboração/PUCMED.

Sede fica em Santa Felicidade

A partir de pesquisas e muito estudo foi criada, em 2019, a Productora Uruguaya de Cannabis Medicinal (PUCMED). Apesar do nome, a sede de negócios fica em Curitiba, no bairro de Santa Felicidade. Um dos responsáveis é o médico Alfonso Cardozo Ferretjans, 33 anos, formado no Uruguai, país que permite a produção e venda da maconha desde 2013.

A partir disso, e com a proibição de se ter um espaço no Brasil com flores de cannabis, um espaço foi adquirido na Zona Franca de Florida, no Uruguai. Com área com 15 hectares para o cultivo que segue padrões globais de excelência para uso medicinal, onde são 11.000 m² de estufas climatizadas, com produção semihidroponia, e 10.000 m² de área aberta para cultivo ecológico desenvolvido somente com produtos autorizados pela União Europeia.

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“Além da nossa produção própria, que segue os principais indicadores e exigências globais, recentemente acertamos o direito de compra de flores e biomassa de cannabis de um parceiro estratégico. Com isso, contamos hoje com o maior estoque da América Latina, com potencial para produzir mais de 2 milhões de frascos e produtos à base de cannabis”, relatou Alfonso.

Parceria com o governo do Paraná impulsionou negócio

Com o negócio em desenvolvimento gerando retorno financeiro e clínico, uma parceria com o governo paranaense foi fundamental para reforçar os laços com Curitiba, cidade que tem duas sedes do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar).

“Fizemos um projeto e eles acreditaram bastante na gente. Em 2020, o Tecpar fez um chamamento público para uma prospecção de mercado e transferência de tecnologia na cannabis medicinal. Jorge Calado, presidente do Tecpar, Carlos Pessoa, do setor de inovação, foram nos visitar e conheceram toda a estrutura”, comentou o médico para a Tribuna.

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Atualmente, em parceria com associações e atendendo importações individuais, a PUCMED tem capacidade para tratar mais de 7 mil pacientes por mês, mas esse número vai aumentar. Com a expansão de seus laboratórios na Zona Franca de Florida, no Uruguai, a startup deve fechar 2023 com a capacidade para atender mais de 22 mil pessoas mensalmente.

Espaço na Zona Franca de Florida, no Uruguai, tem 15 hectares para o cultivo que segue os padrões globais de excelência para uso medicinal. Foto: Colaboração/PUCMED.

Como saber quem pode usar cannabis medicinal?

Buscando oferecer novos serviços e facilitar o acesso dos brasileiros à cannabis medicinal, a PUCMED lançou no final de 2022, uma nova startup no mercado nacional – a Anna Medicina Endocannabinoide. A partir disso, os projetos de colocar os pacientes em tratamento ou mesmo orientar se pode fazer uso do óleo começou a sair do papel por aqui. A Santa Casa de Curitiba inicia os trabalhos no fim de fevereiro, e o Eco Medical Center já faz da cannabis uma forma de medicação.

“São setores de acolhimento, um lugar físico que os pacientes podem entrar em contato com os nossos representantes e profissionais. Ali são indicados os médicos capacitados para poder fazer uma consulta para indicar ou não o uso da cannabis medicinal. Se o paciente tem a indicação, nós buscamos esse medicamento receitado pelo médico e fazemos o acolhimento para saber se o produto está fazendo efeito, se o paciente precisa de uma reconsulta. É prestar um serviço de manter o paciente mais próximo e acolhido, fora que contribui no ensino dos médicos”, explicou Alfonso. A expectativa que até o final de 2024 existam 50 centros de acolhimento Anna espalhados pelo Brasil.

Bolsa de Valores

A expansão da PUCMED é ousada, e a ideia é transformar a startup no primeiro unicórnio da indústria da cannabis na América Latina. O termo unicornio se aplica às startups cujo valor de mercado supera US$ 1 bilhão. A startup se prepara para ser a primeira do país a abrir capital na bolsa de valores, com foco inicial na bolsa de Toronto, no Canadá, e, dependendo de sócios estratégicos, na de São Paulo (B3).

 “Estamos estruturando a PUCMED de maneira muito responsável, com foco em excelência e resultados em um setor que tem tudo para atingir uma expansão recorde nos próximos anos, principalmente pelo fato dos governos estarem percebendo, com o auxílio da ciência, o real potencial da cannabis medicinal. Estamos acompanhando o início de um processo, que trará grandes inovações e resultados expressivos para a saúde global”, completou Alfonso.

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