Crueldade

Cães e gatos são alvos de abusos sexuais na RMC; polícia investiga casos recorrentes

Foto: Pixabay.

Casos recorrentes de abusos sexuais envolvendo cães e gatos têm assustado tutores de Curitiba e região nos últimos dias. Nesta quinta-feira (24), a Polícia Civil (PC) recebeu a denúncia de um caso de zoofilia em Araucária, na região metropolitana de Curitiba (RMC). Depois de sumir no Dia dos Pais, os tutores encontraram o cão morto e com sinais de abuso. O cachorro tinha diversos ferimentos e marcas nas pernas, que apontam que foi segurado com força.

O corpo do animal foi achado pela família no mesmo dia em que sumiu e estava em um terreno vazio, próximo de onde morava.

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A página Paraná Contra Maus-Tratos foi até o local para conferir a denúncia junto com a Polícia Civil de Araucária e, em conversa com moradores da região, souberam que outro cachorro foi encontrado na região há cerca de 15 dias com sinais de violência sexual.

Esses casos em Araucária não são isolados. A moradora de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba (RMC), Priscila Machado da Silva também passou por uma situação parecida. Ela perdeu o gato, chamado Fumaça, após ele ser vítima de abuso sexual.

A tutora do Fumaça relatou o crime em uma página na rede social e entrevistada pela Tribuna, contou como aconteceu. Fumaça sofreu o abuso em agosto de 2022. Na época, o gato tinha menos de um ano.

Era 21 de agosto, um domingo de manhã. Como o gato gostava de ficar um pouco no sol e era acostumado a andar na frente do terreno, Priscila deixou ele sair, por volta das 6h30. Fumaça retornou em torno das 7h15, mas o seu comportamento não era mais o mesmo. “Voltou miando bem estranho e fazendo força, como se quisesse evacuar. Não deixava nem encostar nele”, relembra a tutora.

Priscila revela que primeiramente achou que Fumaça tinha sido envenenado, mas logo percebeu que o rabo dele estava maior e com uma secreção branca. Com medo do que poderia ter acontecido, entrou em contato com o veterinário e levou o gato para consultar.

“De início a gente não conseguia nem imaginar que fosse isso. Na verdade, a gente imaginava, mas não queria acreditar. Queria acreditar que fosse outra coisa”, afirma.

Ao chegar na clínica veterinária, Fumaça passou por exames e foi constatado que ele foi sexualmente abusado. O gato estava internamente machucado e também tinha sangue nas patas e faltava pêlo em uma delas, o que indicava que ele foi segurado com força. Ele ficou internado por 24 horas e depois voltou para casa, onde continuou sendo medicado.

Mas Fumaça não melhorava. Ele não comia, não bebia água e também não conseguia evacuar, apenas reclamava de dor. Por isso, novamente, Priscila levou seu pet para a clínica. Era uma quarta-feira. O veterinário afirmou que era possível que o gato não conseguisse defecar por conta do trauma que sofreu e prescreveu uma lavagem.

Entretanto, antes do procedimento acontecer, Fumaça sofreu uma parada cardíaca e morreu. “Ele era bem mansinho. O Fumacinha”, diz a tutora.

No dia 25 de agosto, depois da morte de Fumaça, Priscila foi até a 3ª Delegacia Regional de Polícia de Campo Largo para fazer um boletim de ocorrência. Quase um ano passou e, além da dor do luto ela precisou conviver com a sensação de injustiça, pois nunca teve notícias da investigação. Ninguém foi preso pelo crime.

Questionada sobre a situação, a Polícia Civil do Paraná (PCPR) afirma que está investigando o caso.

Delegado incentiva a denúncia de casos

Especialista em crimes contra animais, o delegado Matheus Laiola cita que o projeto de lei que aumenta a pena contra o crime de abuso é muito importante. Laiola também sente que há denúncias sobre zoofilia porque se fala mais sobre o assunto.

“Eu acredito que não houve o aumento na quantidade de abuso sexual, mas na quantidade de denúncia. As pessoas ficam mais conscientes sobre o tema e denunciam mais”, alega.

Sinais de que o animal é vítima de zoofilia

O médico-veterinário Victor Antonio Pianaro explica que os animais apresentam sinais específicos, como dilaceração de vulva ou ânus, em casos mais graves. Entretanto, existem sintomas que podem chamar a atenção.

“Os sintomas mais comuns geralmente são febre, apatia, o animal fica mais quietinho”, comenta. A vítima também pode sofrer traumas psicológicos.

O diagnóstico de abuso é feito por meio de exame de sangue e outros procedimentos. De acordo com o especialista, nesses casos o animal pode morrer por dois fatores: por ter uma infecção generalizada, causada pelo rompimento de um canal, ou por hemorragia provocada pela dilaceração.

Os tutores que notarem esses sinais devem procurar uma clínica veterinária para que o animal seja tratado. Em seguida, ir até uma delegacia de Polícia Civil para denunciar o crime.

O especialista revela que um dos problemas é que muitas vezes o abusador é o próprio tutor ou alguém próximo e, por isso, o animal fica sem amparo ao sofrer o crime.

Projeto de lei prevê pena para quem praticar zoofilia

Recentemente, no dia 9 de agosto, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 1494/21 que prevê pena de até seis anos de prisão para quem praticar o crime de zoofilia, ou seja, relação sexual com animais.

Depois de aprovado, o projeto de lei foi encaminhado para aprovação no Senado.

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