Você sabia que a torta Martha Rocha é uma criação curitibana e que ela pode vir a receber a Indicação Geográfica de Curitiba? Na última quarta-feira (15/10), proprietários de 15 confeitarias da capital se reuniram para iniciar o processo de reconhecimento da relevância da receita na região.
A indicação geográfica é um selo concedido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) que identifica a origem de produtos ou serviços com qualidades específicas decorrentes de sua origem geográfica. O reconhecimento é um importante avanço para a economia local, visto que as indicações agregam valor aos produtos e fortalecem a identidade regional.
Sérgio Medeiros, fundador do Curitiba Honesta e coordenador do Grupo Origens, conta que a iniciativa surgiu após o Sindicato da Panificação levantar a história da torta, criada em 1954 pela Confeitaria das Famílias, até hoje localizada na Rua XV.
Criada em homenagem à primeira Miss Brasil, Martha Rocha, a receita mistura camadas de pão de ló, creme, nozes, chantilly e doce de ovos. Uma verdadeira representação da beleza e a elegância da musa.
“Martha Rocha foi concorrer à Miss Universo nos Estados Unidos. Ela acabou ficando em segundo lugar. Segundo diz a lenda, porque que ela tinha duas polegadas a mais no quadril, cerca de cinco centímetros. Então, a confeiteira, que está viva, com noventa e poucos anos, criou a torta em homenagem a ela em 1954”, explica Sérgio.
Próximos passos
Conforme o coordenador, diante da história, o grupo entendeu a importância de conquistar uma indicação geográfica para evidenciar a relevância de uma criação curitibana que ficou amplamente conhecida. “Ela será a Marta Rocha de Curitiba”, afirma o coordenador.
Segundo Sérgio, agora, o grupo Origens, que é composto por membros do Ministério da Agricultura e do SEBRAE, precisa trabalhar no inconsciente coletivo da cidade de que a torta de Marta Rocha é daqui.
“Que encomendem num aniversário, num casamento, numa data comemorativa, ou comam nas confeitarias, em várias delas. Esse é o primeiro passo: colocar o sobrenome de Curitiba na torta Marta Rocha”, explica.
Ao conquistar a relevância, será formado um grupo de confeitarias responsáveis por realizar um estudo e decidir qual será a receita original. A partir disso, a receita que será seguida será encaminhada ao INPI para que eles possam validar. O reconhecimento ocorre após rigorosa análise que verifica o atendimento de requisitos como especificações técnicas e delimitação da área geográfica.
Além do reconhecimento geográfico, conforme o coordenador, foi encaminhado a Assembleia Legislativa um Projeto de Lei para que a torta também se torne um Patrimônio Cultural e Imaterial do Paraná.
Paraná tem 21 IGs
Atualmente, o Paraná conta com 21 indicações geográficas (IGs), tornando-se o estado brasileiro com o maior número de selos. O estado é seguido por Minas Gerais, que possui 20 selos próprios e um compartilhado com São Paulo. Na sequência do ranking estão: Rio Grande do Sul (15), Espírito Santo (11), Santa Catarina (10) e São Paulo (10).
Entre os produtos reconhecidos de Curitiba, estão a carne de onça e broa de centeio. Confira a lista completa abaixo:
- Poncã de Cerro Azul;
- Aguardente de cana e cachaça de Morretes;
- Goiaba de Carlópolis;
- Uvas de Marialva;
- Barreado do Litoral;
- Bala de banana de Antonina;
- Melado de Capanema;
- Queijo da Colônia Witmarsum;
- Café do Norte Pioneiro;
- Mel da região Oeste;
- Mel de Ortigueira;
- Erva-mate de São Mateus do Sul;
- Morango do Norte Pioneiro;
- Camomila de Mandirituba;
- Vinhos de Bituruna;
- Broa de centeio de Curitiba e Região;
- Cracóvia de Prudentópolis;
- Urucum de Paranacity e Cruzeiro do Sul;
- Carne de onça de Curitiba;
- Queijo colonial do Sudoeste;
- Café de Mandaguari.
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