Polêmica

Novas barracas da feirinha do Largo vão sair do papel e geram mais polêmica

Protótipo da nova barracas para a Feirinha do Largo da Ordem. Foto: Divulgação/Ippuc

Os novos modelos de barracas da Feirinha do Largo da Ordem, em Curitiba, devem começar a sair do papel. O edital para execução do projeto foi divulgado no último dia 24 de março. Os envelopes com as propostas das empresas serão abertos na próxima segunda-feira (10). A novidade vem gerando polêmica desde que o Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc) apresentou a ideia aos feirantes.

Segundo os trabalhadores da feira, as novas barracas oram desenvolvidas sem a consulta aos artesãos que vão trabalhar nelas. Esta é a maior queixa em relação ao modelo criado pelo Ippuc.

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“É complicado, né? O maior interessado na barraca é o feirante. Fizeram várias reuniões em que nos mostraram como seria, mas não perguntaram se nos servia. Nós precisamos de manutenções na barraca, uma nova barraca precisa ser dentro dos moldes que a gente necessita. Em momento algum os técnicos do Ippuc nos perguntaram quais eram os problemas. Precisaria desenvolver as melhorias com base nas nossas necessidades”, aponta a feirante e representante do setor Garibaldi, Tiemi Takahashi.

Em 2021, o Ippuc apresentou o protótipo pela primeira vez. Ele foi feito com base em uma gravura do pintor francês Jean-Baptiste Debret, de 1835, que retrata vendedores de carvão e de milho. Os feirantes articularam uma reunião interna para organizar um pedido de um novo modelo, que rendeu um abaixo-assinado com 345 assinaturas. Após uma série de questionamentos não respondidos, o Ippuc fez uma nova conversa para comunicar a abertura do edital e informou aos feirantes que o modelo não poderia ser alterado.

“Se eles tivessem feito uma pesquisa básica com os artesãos, eles teriam visto que a mesa ideal fosse em “L”, não em “U” como está no edital. A área é reduzida. Para nós, artesãos, a barraca não é algo aleatório, ela é um instrumento do nosso trabalho. É o mínimo ter uma barraca conforme as nossas necessidades. O que eu quero é que eles recomecem do zero, nos escutem, vejam a nossa realidade”, complementa.

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Atualmente, os artesãos têm um custo semanal de R$ 40,00 para a montagem e desmontagem das barracas. O edital prevê que o valor médio triplique e passe para R$ 131,00 por final de semana. O custo anual terá alta de 227% ao passar de R$ 2080,00 para R$ 6812,00, em média.

“Ela é, em todos os aspectos, inferior à que temos hoje, exceto pela parte estética.
Querem trocar por um produto que não atende nem 10% dos feirantes. Um dos problemas está no serviço de montagem, desmontagem e armazenamento das barracas. Ela está maior, mais pesada, mais espaçosa e mais cara”, afirma um feirante que pediu para não ser identificado.

Para o expositor, as barracas atuais precisam de manutenção.

“As barracas estão em uma situação precária, principalmente o revestimento. A estrutura é funcional, mas a conservação pede uma revitalização das lonas. Não é preciso reinventar a roda para suprir a necessidade dos feirantes. Está se substituindo um produto que está feio por falta de cuidados por um que, por enquanto é novo, mas na hora de reparar será muito mais cara”, completa.

Polêmicas, protótipos de novas barraquinhas para as feirinhas de Curitiba não foram aprovadas pelos feirantes que procuraram a Tribuna. Foto: Reprodução/Ippuc.

Para aqueles que sempre trabalharam no Largo da Ordem, o choque com a falta de diálogo é ainda maior. É o caso do expositor Zé Oliva, que atua no local há 25 anos.

“A impressão que eu tenho é que desenvolveram uma barraca que não atende às nossas necessidades. Elas têm uma série de limitações, não foi desenvolvido com base na vivência na experiência do dia a dia do feirante que usa aquele espaço ela veio de um desejo de fazer algo, não com bases práticas que tenham a ver com a realidade do uso da barraca. Foi colocada goela abaixo do feirante sem que ele aceite, não teve condições de propor até melhorias no modelo”, relata.

E aí, administração?

Questionado pela reportagem, o Ippuc, que desenvolveu o projeto, afirma que a responsabilidade é do Instituto Municipal de Turismo (IMT). Já o IMT Instituto de Turismo garante que ouviu feirantes sobre nova barraca do Largo, algo que eles negam.

Em nota, nesta quinta-feira (6), após uma cobrança da Tribuna, o IMT informou que, em fevereiro de 2022, uma reunião virtual de apresentação do protótipo foi realizada com participação de mais de 250 artesãos. Ainda em 2022, o tema também foi pauta de audiência pública solicitada pela Frente Parlamentar da Retomada do Turismo da Câmara Municipal de Curitiba. Veja o link da matéria com a resposta do IMT.

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