Falta segurança

Desabafo de empresária expõe problema crônico do Centro de Curitiba

Foto: colaboração.

No Centro de Curitiba, empresária expõe as dificuldades do comércio, de continuar com as portas abertas. Quem desabafa é a empresária Karyne Iancoski, proprietária do Al Paso – cafeteria que vende empanadas argentinas e pastéis de nata. Com loja vizinha ao Mercado Municipal, Karyne confessa que tem disputado o espaço com arruaceiros que consomem bebidas alcóolicas e drogas ao longo do dia. O medo e a dificuldade de manter a clientela tem desanimado a empresária.

A loja fica na Rua General Carneiro e completa três anos em setembro. Desde quando começou a trabalhar no local, a comerciante convive com pessoas em situação de rua. Até então, isso nunca foi um problema. “A região sempre teve pessoas em situação de rua dormindo nas calçadas, até porque tem uma ação bem forte das igrejas para doar marmita e cobertores. Tem idosos, crianças, famílias que realmente precisam desse apoio e vem aqui para dormir”, relata Karyne.

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Mas o incômodo começou na semana passada, depois que o vizinho do Al Paso fechou o comércio e um grupo aproveitou as portas abaixadas para passar as noites e também os dias no local.

“Eles permanecem o dia inteirinho aqui. O cheiro está insuportável. Consomem bebidas alcoólicas e drogas o dia inteiro, então ficam inconvenientes e agressivos. Abordam nossos clientes o tempo todo”, reclama a empreendedora.

Os problemas do Centro de Curitiba não são novidade. Na semana passada, uma reportagem da Tribuna mostrou o abandono e a quantidade surpreendente de estabelecimentos fechados na região. Já os comércios que ainda estão na região lutam contras as dificuldades de segurança para sobreviver. Como é o caso da Mercearia Viana, que na manhã da última quarta-feira (30) teve funcionários e clientes ameaçados por um homem com uma faca e rastelo.

O grupo que está morando ao lado do comércio de Karyne é grande. Na última segunda-feira (28), por exemplo, ela estimou cerca de 20 pessoas no local. Ela afirma que os clientes estão coagidos e sentem medo com tantas abordagens hostis e, como consequência, as vendas do estabelecimento já caíram. “A gente está com o nosso movimento super prejudicado”.

Outro problema que ela cita são as brigas constantes entre as pessoas do grupo. Conforme relatou, na última quinta-feira (31) dois deles começaram a discutir com pedaços de madeira nas mãos. Em determinado momento da briga, uma funcionária dela quase foi atingida e a vitrine da loja por pouco não quebrou. “Nosso banco já foi parar longe. Tudo isso [as brigas] acontece aqui, com cliente na porta. Vem família, vem criança e isso acontecendo”, desabafa.

Outro problema da região tem sido também a quantidade de lixo pelas ruas e calçadas. Em uma manhã, as funcionárias contaram com o auxílio de garis e recolheram dois sacos grandes de entulhos que estavam espalhados em frente ao Al Paso.

Falta segurança no Centro de Curitiba

Karyne e outros comerciantes do centro de Curitiba acabam se conformando com a situação e deixam de acreditar em dias melhores. Ela comenta que eventualmente uma viatura da Guarda Municipal (GM) passa no local e dispersa o grupo, mas eles logo retornam.

Sobre a briga com os pedaços de madeira, que aconteceu no dia 31 de agosto, a proprietária diz que chamou a Polícia Militar (PM), mas nenhuma viatura esteve no local.

Cansada de passar por tantas dificuldades causadas pela falta de segurança, Karyne pensa em se mudar. “O problema é que a gente fez um investimento aqui. Não é simplesmente sair. Os aluguéis são caros. A gente gosta daqui, mas é o cúmulo termos que ceder porque não tem solução. Estamos de mãos atadas”, declara.

O que diz a Polícia?

A PM afirma que em situações que envolvam crimes, contravenções ou perigo a vida, o número 190 e o aplicativo Emergências Paraná está a disposição da população. Sobre a ocorrência no dia 31 de agosto, a PM afirma que enviou uma viatura até o local, mas não encontrou os envolvidos na situação.

A polícia também relembra que para ocorrências voltadas a pessoas em situação de rua, a Guarda Municipal e a Fundação de Ação Social (FAS) estão preparadas para realizar um atendimento mais específico.

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