Eleições 2024

Mais do mesmo? O que esperar das eleições municipais em Curitiba

Foto: reprodução / imagens Redes Sociais.

No dia 6 de outubro os curitibanos irão até às urnas para decidir quem será o novo prefeito e vice-prefeito de Curitiba. Com alguns nomes já cotados ao cargo principal, o que é possível esperar das eleições municipais de 2024?

No dia 21 de março, o Instituto Paraná Pesquisas divulgou a intenção de voto dos eleitores de Curitiba para a disputa à prefeitura. Conforme o levantamento na pesquisa estimulada, dentro da margem de erro, o atual vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD), aparece empatado com outros potenciais candidatos: Luciano Ducci (PSB), Beto Richa (PSDB) e Ney Leprevost (União Brasil).

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Já na pesquisa espontânea, a qual os entrevistados não recebem opções, quem teve mais intenções de voto foi o atual prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD). Vale lembrar que essa é a segunda gestão consecutiva de Greca e, por isso, ele não pode se candidatar para disputar o cargo neste ano.

O Paraná Pesquisas também apontou que 72,3% dos curitibanos ainda não sabem em quem votarão ou preferiram não responder ao levantamento.

Analisando os possíveis candidatos e a história da capital paranaense, o mestre em Ciências Sociais Másimo Della Justina acredita que as eleições de 2024 não devem trazer muitas mudanças. Para ele, Curitiba se apresenta como uma cidade mais conservadora e, do ponto de vista político, segue uma tradição de escolhas e nomes.

“Acho que vai ter um grupo que já governa a cidade há algum tempo possivelmente se reelegendo. Vai depender muito de quem for o vice do natural candidato, que seria o vice-prefeito [Eduardo Pimentel]”, comenta Justina.

Doutor em Ciência Política e professor na Universidade Positivo, Eduardo Miranda compartilha da opinião de que o cenário não deve ser de grandes surpresas e acrescenta que os curitibanos devem ter “mais do mesmo”.

“Até porque a tradição da cidade é muito forte, principalmente com os candidatos à Prefeitura de Curitiba. Então muitos candidatos já são bastante conhecidos do eleitorado. Alguns são representantes de oligarquias muito antigas, quase todos na verdade, e muito presentes na tradição politica do Paraná. Então, nesse sentido, a gente não vai ter nenhuma novidade, penso eu. Vai ser mais uma disputa entre grupos bastante estáveis da cidade que já vêm há muitos anos governando a prefeitura e o estado”, afirma Miranda.

Além disso, Miranda também destaca a dinâmica recente da política brasileira, a qual acelerou o processo da campanha e a tornou mais profissional. “A campanha já está vista muito antes dela começar. E isso também, nesse sentido, não me parece muito bom, porque deixa muito pouco espaço para algum nome novo, alguma estrutura nova tentar respirar nessa disputa”, comenta.

Mais do mesmo? A política que passa gerações em Curitiba

Os partidos políticos possuem até o dia 5 de agosto para registrar oficialmente os candidatos. Apesar disso, sobrenomes muito conhecidos da política curitibana já são vistos. Ao falar sobre essa tradição dos candidatos, Miranda apresenta um ponto interessante, que é o fato de Curitiba sempre possuir o mesmo grupo de famílias envolvidas no meio.

Para confirmar isso, basta olhar para os últimos prefeitos da cidade. Beto Richa, prefeito de 2005 a 2010, é filho de José Richa, ex-governador do Paraná. Gustavo Fruet, eleito em 2012, é filho de Maurício Fruet, prefeito de Curitiba entre os anos de 1983 e 1985. Rafael Greca é parente de José Borges de Macedo, o primeiro prefeito de Curitiba, em 1835.

Além desses, Eduardo Pimentel também possui uma linhagem oriunda da política, já que é neto de Paulo Pimentel, ex-governador do Paraná, entre os anos de 1966 e 1971. “A gente está refém de quatro, cinco famílias que se revezam, basicamente, no poder executivo”, diz Miranda.

Para o especialista, isso não acontece por conta da escolha do curitibano, mas por uma certa monopolização que esses grupos realizam. “Muitas dessas famílias, não à toa, têm os nomes ligados à presidência dos partidos em ambiente estadual e municipal e vão deixando entrar para o jogo político somente aqueles nomes que passam pelo crivo dessa própria estrutura já mais antiga, de modo que para o eleitor, lá na ponta, não sobra muita opção também”.

Como devem ser as escolhas na Câmara Municipal de Curitiba?

Em outubro os curitibanos também vão decidir quem serão os 38 vereadores da cidade. Para essas cadeiras, Justina também não espera grandes surpresas. O especialista estima que metade dos parlamentares sejam reeleitos seguindo a tradição de Curitiba.

Já no que diz respeito aos outros candidatos, Justina crê que as escolhas dos eleitores possam ser influenciadas pelo cenário estadual e nacional. “Possivelmente a esfera federal possa ter uma certa influência no sentido de apresentar aqueles que são mais por uma social-democracia e menos para o conservadorismo, que foi aquele conservadorismo que a última eleição presidencial apresentou. E até por outro lado, aquele papel protagonista que Curitiba exerceu, por meio da Lava-Jato, aquele momento já passou e não acredito que seria a maioria dos eleitores que ainda ficariam nessa trajetória, porque é um ciclo político que, ao meu ver, se fechou um pouco”, afirma.

“Acho que vai refletir um pouco no que está passando no governo federal e no estado, que são governos estáveis. Eles não têm apresentado, digamos assim, grandes decepções e também não têm apresentado grandes novidades”, acrescenta.

Caso seja necessário, o segundo turno das eleições de 2024 está marcado para o dia 27 de outubro.

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