Presa preventivamente

Justiça aceita denúncia e inquérito diz que Ellen agiu sozinha na morte do marido

A Justiça aceitou a denúncia contra Ellen Homiak da Silva. A partir dessa decisão, que saiu na terça-feira (6) da semana passada, mas só foi divulgada nesta segunda-feira (12), a prisão da ex-mulher do soldado da Polícia Militar Rodrigo Federizzi, foi convertida de temporária para preventiva e ela continua detida até a data do julgamento, que ainda não foi definida.

O inquérito policial, feito pela Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), já foi finalizado. O documento aponta que os policiais confirmaram a suspeita inicial, de que Ellen teria agido sozinha.

De todos os pontos divergentes nos depoimentos de Ellen, apenas um deles não foi esclarecido: a arma usada no crime, que seria a pistola do soldado, não foi encontrada. Ellen diz ter jogado no rio. Além disso, o delegado-titular da DHPP, Fábio Amaro, explicou que faltam dois documentos a serem acrescentados ao inquérito, que são a análise dos dados da quebra do sigilo telefônico e bancário.

Investigação

A resposta da Justiça, para o delegado, significa mais uma conclusão de uma investigação com êxito. “Isso nos mostra que nosso trabalho foi feito da forma correta, que a investigação alcançou seu propósito e que não restam dúvidas sobre a autoria do crime”, explicou Fábio Amaro.

Ellen Homiak. Foto: Reprodução/Facebook
Ellen Homiak. Foto: Reprodução/Facebook

Reconstituição

No dia 25 de agosto, a DHPP fez a reconstituição do crime, que busca, entre outros objetivos, sanar dúvidas sobre como teria sido a atuação de Ellen no dia do assassinato do então marido Rodrigo Federizzi. Todo o percurso que ela diz ter feito foi acompanhado pela Polícia Civil e peritos do Instituto de Criminalística. Em um determinado momento Ellen contou o verdadeiro motivo de ter matado o marido.

Conforme explicou o delegado Fabio Amaro, entre os pontos verificados durante a reconstituição estava a possibilidade de que Ellen tivesse um comparsa – tanto durante a morte, quanto na desova do corpo. Com o trabalho policial, que ganhou ainda mais força na reconstituição, a DHPP concluiu que ela agiu sozinha e descartou essa possibilidade.

Com a decisão da Justiça, Ellen continua detida na Penitenciária Estadual Feminina de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Ela deve ser julgada por falsa comunicação de crime e homicídio qualificado, além do crime de destruição e ocultação de cadáver.

Ellen participou da reconstituição do crime e contou como agiu. Foto: Polícia Civil.
Ellen participou da reconstituição do crime e contou como agiu. Foto: Polícia Civil.

Confessou o crime

Ellen Homiak confessou ter matado o soldado Rodrigo Federizzi depois que parte do corpo dele foi encontrado em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), no dia 14 agosto. Ela foi presa quatro dias antes, suspeita de participação no crime, depois de um cumprimento de mandado de busca e apreensão no apartamento do casal, num condomínio no bairro Tatuquara.

A mala usada no crime foi achada pelos policiais. Foto: Lucas Sarzi
A mala usada no crime foi achada pelos policiais. Foto: Lucas Sarzi

No dia em que estiveram no apartamento do casal, os policiais começaram a suspeitar do que encontraram, já que o luminol (produto que reage ao sangue) apontou que havia sangue no local. A DHPP passou a acreditar que o policial, que Ellen afirmava ter desaparecido no dia 28 de julho, na verdade estivesse morto.

O filho do casal, que tem 9 anos, também ajudou nas investigações. O garoto, que foi ouvido no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria), teria dito que ouviu um estampido. Ao perguntar para a mãe o que era, Ellen respondeu que o barulho tinha sido feito por um disjuntor e o mandou ir brincar.

O corpo do policial, enterrado na área rural de Araucária, foi encontrado por um agricultor. Dois dias depois, Ellen apontou para a DHPP onde estavam enterradas as pernas do soldado. e passou a ajudar os policiais no rumo das investigações, mas os policiais encontraram falhas nos depoimentos. A mala usada para carregar o corpo de Rodrigo, que Ellen dizia ter queimado, e a aliança, que ela dizia ter sido roubada durante um assalto, foram localizadas.

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