Que Dia dos Pais, hein!

Agricultor encontra corpo do soldado Federizzi na RMC

Encontrado cadáver do soldado que estava desaparecido desde 28 de julho. Foto: Colaboração / Marco Charneski.

O corpo do soldado Rodrigo Federizzi, de 32 anos, foi encontrado na manhã deste domingo (14), em na Estrada Campestre, na área rural de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Enterrado, o soldado foi identificado por uma aliança que estava no dedo, com o primeiro nome Ellen. Tudo indica que seja o nome de Ellen Homiak da Silva Federizzi, esposa do PM que está presa suspeita de participação no crime.

O soldado estava desaparecido desde o dia 28 de julho. A mulher dele foi presa durante um cumprimento de um mandado de busca e apreensão, na semana passada. Dentro do apartamento do casal, no bairro Tatuquara, policiais encontraram vestígios de sangue e o luminol, produto que reage ao sangue, mostrou a perícia do Instituto de Criminalística os vestígios no quarto do casal e em alguns panos na lavanderia.

Conforme a reportagem da Tribuna do Paraná apurou, o filho do casal, de 9 anos, prestou depoimento no Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) na tarde desta quinta-feira (11), sobre o desaparecimento do pai. O menino teria dito aos policiais que acordou com um estampido e a mãe respondeu que o barulho tinha sido feito por um disjuntor.

Agricultor encontrou

O corpo do soldado foi visto por um agricultor, que passava o trator na terra para começar uma plantação. No momento em que se aproximou de uma cova rasa, o homem viu os sacos plásticos e percebeu que havia algo estranho ali.

Sem as duas pernas, o corpo do soldado estava numa cova rasa, dentro de sacos plásticos, com alguns ferimentos, mas uma única marca de tiro, na cabeça. “Foi um disparo próximo ao corpo, e a queima roupa”, disse o perito Edimar Cunico. Isso pode ser a confirmação de que a serrinha, suja de sangue, encontrada e apreendida dentro do apartamento do casal foi usada no crime.

Apesar da forma em que foi encontrado, o corpo estava conservado. “A terra onde o corpo estava enterrado estava úmida, por isso, as condições para a conservação do corpo eram boas. Apesar disso, não temos como precisar há quanto tempo estava ali enterrado”, explicou o perito.

cadaver-araucária2
Agricultor viu os sacos plásticos e percebeu que havia algo estranho ali. Foto: Colaboração / Marco Charneski

Confirmações

O corpo, recolhido no local onde foi encontrado, foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML), em Curitiba, onde foi identificado como sendo de Federizzi.

A DHPP informou que aguarda o resultado do exame de necropsia, feito no IML, para confirmar a identidade do cadáver. As pernas ainda não foram localizadas. Assim que a confirmação venha, os policiais seguem para tentar localizar onde estão as outras partes do corpo.

Investigações

Ellen foi ouvida na sexta-feira (12), na DHPP, onde continua presa. Segundo apurou a Tribuna do Paraná, a mulher teria dito que o PM estava morto, mas não teria informado o local onde o corpo estava. A esposa do policial também teria afirmado que não seria a autora do crime. A Tribuna apurou ainda que existiria um comparsa suspeito de ser cumplice de Ellen. A DHPP não confirma nenhuma informação.

Ellen foi detida e deve esclarecer os fatos em depoimento.
Ellen Homiak da Silva Federizzi, esposa do PM que está presa suspeita de participação no crime.

O DNA do sangue encontrado no apartamento do casal passa por exame. O confronto deste sangue já foi feito com o dos pais do soldado, para confirmar se o material genético pertencia a ele, mas o resultado ainda não saiu.

A Tribuna do Paraná apurou que o casal se conhecia desde criança e estavam juntos há 10 anos. Ellen tinha um bom relacionamento com a família de Rodrigo. Foi a própria esposa que relatou à polícia o desaparecimento. Ela disse que o companheiro tinha saído de casa em busca de bandidos que a assaltaram quatro dias antes. Nessa ocasião, Ellen teve cartões roubados e afirmou que foi agredida, mas se recusou a fazer exame de lesão corporal no IML.

Da conta bancária – que pertencia a Rodrigo – teria sumido uma quantia de R$ 50 mil. Este dinheiro, Ellen deveria ter transferido à cunhada, referente a uma dívida pelo terreno em que eles moravam.

Livre do cheiro

A Tribuna do Paraná apurou ainda que testemunhas relataram que Ellen fez uma verdadeira “limpa” na casa. Ela teria trocado a mobília de lugar, lavado tapetes, e até tentado contratar um pintor para trabalhar no apartamento.  Ela teria dito que estava muito difícil conviver com o cheiro do marido na casa. Recentemente a mulher comprou uma mala, o que também despertou a suspeita de conhecidos, mas disse que encomendou o objeto de uma amiga para colocar roupas e demais itens que não estavam sendo usados, para tirá-los do apartamento.