Como fica a volta do futebol paranaense? Você lembra daquele desenho do Pernalonga, em que ele e o Patolino discutem se é temporada de coelho ou de pato? Criaram um gif que serve pra praticamente tudo, inclusive pras controversas decisões das autoridades do estado.

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Como entender que em um dia se anuncia uma “quarentena” mais drástica e menos de 24 horas depois já se abrem brechas para determinadas atividades? A falta de força de decisão do governo estadual, das autoridades de saúde e dos prefeitos permite que o Paraná se torne uma grande festa da uva, em que decretos vem e vão, e são aceitou ou não de acordo com as circunstâncias.

Assim, é só prestar um pouco de atenção e ver que diversas atividades não essenciais estão em pleno funcionamento. Em resumo, praticamente nada mudou, inclusive a curva ascendente de casos do novo coronavírus. E também o salto assutador de mortes. Some isso à falta de empatia de muita gente, que ao não se cuidar pode prejudicar outras tantas pessoas e aumentando a velocidade de contágio.

Cada um por si

Quando se analisa a volta do futebol paranaense, vê-se que o que já era confuso ficou ainda mais. Tínhamos dois times que decidiram não retornar aos treinos – Londrina e Rio Branco – e com eles nada mudou. Sem restrições acentuadas em Ponta Grossa, o Operário segue sua vida. O Athletico estava oficialmente impedido de treinar pelo decreto da prefeitura de Curitiba, mas seguiu treinando, mesmo após o susto dos oito casos de covid-19 diagnosticados no início da semana.

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O Coritiba treina em Colombo, onde estava liberado até esta quinta-feira (2). Agora, com novo decreto na cidade, formalmente o Coxa não pode treinar, mas até segunda ordem os trabalhos continuam no CT da Graciosa. O Paraná Clube teve aval da prefeitura de Quatro Barras e continua treinando. O Cianorte suspendeu as atividades e o FC Cascavel, mesmo na cidade com situação mais grave nesta pandemia, decidiu que não vai cumprir o decreto.

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Temos portanto, em tese, seis clubes impedidos de treinar – ou pelo decreto do governo estadual ou pelas decisões dos municípios – ou sem treinar por opção. Três por ora não suspenderam as atividades. E apenas Fantasma e Tricolor estão realmente liberados para seguir trabalhando.

Dá pra ter a volta do futebol paranaense?

Como infelizmente não há uma postura firme das autoridades, os clubes estão no direito de reclamar. Assim como qualquer outro setor que ache que está sendo prejudicado. O que se esperava era uma decisão clara, sem subterfúgios. Mas a sensação que se tem é que estas decisões não vêm justamente para abrir brechas – e, como sempre aconteceu, as restrições serem abrandadas.

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Mas deixo aqui a declaração do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que vem sendo criticado por Grêmio e Internacional. “A gente entende que (o futebol) mexe com paixões de parcela da população. Mas como você explica que centenas ou milhares de pessoas que têm empreendimentos de pequeno porte fechem seu comércio e um time de futebol possa fazer treinamento com contato físico?”.

Esse questionamento certamente não é feito pelos cartolas. Por eles, o futebol vira ‘território livre’ do coronavírus e tudo volta quase ao normal. Mas o futebol é uma das engrenagens que move a sociedade. E beneficiá-lo sem uma razão aparente não só não faz sentido agora como não é uma mensagem saudável no momento crítico de uma pandemia. Por isso, como disseram membros do governo estadual, fechamos a semana realmente sem clima para a volta do futebol paranaense.

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