“Quarentena seletiva”: será que o Campeonato Paranaense subiu no telhado?

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O governador Ratinho Júnior (centro) durante o anúncio das medidas restritivas. Os cartolas torcem pra que governo e prefeituras não mexam com o futebol e com isso facilitem a volta do Campeonato Paranaense. Foto: Reprodução/TV Paraná Turismo

Em uma longa entrevista, o governo do Paraná confirmou o aumento do rigor nas medidas restritivas – pelos próximos 14 dias, parte do estado fechará todas as atividades não essenciais. As regiões afetadas: Cianorte, Cascavel, Cornélio Procópio, Curitiba e Região Metropolitana, Foz do Iguaçu, Londrina e Toledo. Se as prefeituras confirmarem as decisões do governo, o futebol pode parar de novo. E como fica o Campeonato Paranaense?

O aperto no cinto era esperado. Aqui mesmo (e nas minhas redes sociais) tinha adiantado essa decisão. O governo estadual viu o aumento na velocidade de transmissão como reflexo direto da retomada das atividades dos últimos 20 dias. Os casos aumentaram – e, pior, os casos graves aumentaram, exigindo mais estrutura hospitalar, mais médicos e mais insumos. E a situação ficou muito complicada.

Daí a decisão de fechar todas as atividades não essenciais pelas próximas duas semanas – começando nesta quarta-feira (1). O decreto é bem mais pesado do que as decisões anteriores, mesmo que não tenha sido o lockdown que até chegou a se comentar na segunda-feira (29). E desta vez o governador Ratinho Júnior falou em “determinação” e não em “recomendação“, o que é bem diferente.

E o futebol nessa história?

A secretaria estadual de Saúde não quer saber de jogos a curto prazo. E nem treinos – a leitura do decreto 4942 aponta que o governo quer as atividades nos clubes suspensas a partir desta quarta. Afinal, o futebol não está entre as atividades essenciais. Como elas podem ser estendidas por mais sete dias, haveria o risco de os clubes que estão treinando ficarem parados por 21 dias.

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Seis dos oito participantes do mata-mata do Campeonato Paranaense estão em cidades atingidas pelas medidas restritivas – Athletico, Cascavel, Cianorte, Coritiba, Londrina e Paraná Clube. Sediados em cidades que não foram afetadas, o Operário poderia seguir suas atividades, enquanto o Rio Branco decidiu não voltar a treinar.

Para seguirem trabalhando, os clubes vão reforçar o lobby junto às prefeituras – caso elas autorizem, os treinos podem prosseguir.

Campeonato Paranaense

A FPF e os clubes que defendem o retorno do Campeonato Paranaense terão trabalho. Primeiro, para manter os treinos. Depois, para dar justificativas razoáveis para os treinos coletivos. E mais tarde pra realização dos jogos. O futebol quer se colocar como um cenário livre do contágio do novo coronavírus, mas essa posição sofreu um baque gigantesco com os oito casos de covid-19 no Athletico.

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O Campeonato Paranaense corre risco sim. Uma posição mais forte da secretaria de Saúde – que mais uma vez foi evasiva em relação ao futebol – pode complicar a realização do mata-mata a partir de 15 de julho. Ainda mais se a CBF ficar irredutível em relação às datas do Brasileirão. Terminar o Estadual no meio da disputa do Campeonato Brasileiro já passa a ser uma solução possível.

Mas, por incrível que pareça, há otimismo entre os cartolas. Eles apostam que as prefeituras não vão tratar do futebol e que o governo estadual também fará vistas grossas. E aí os planos para o Campeonato Paranaense ficam mantidos.


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