Riscos de contaminação

Visitar cemitérios pode trazer riscos à saúde? Especialista responde

Foto: Rodrigo Cunha/Arquivo/ Tribuna do Paraná.

Com a chegada do Dia de Finados, em 2 de novembro, os cemitérios ficam mais cheios de pessoas que aproveitam o feriado para visitar e prestar homenagens aos familiares e amigos que já morreram. Como depois do falecimento os corpos entram em decomposição e passam por vários processos naturais que liberam líquidos, as vezes pode surgir a dúvida se visitar um cemitério pode causar algum dano à saúde.

Para responder essa questão, a Tribuna conversou com o médico e corregedor-geral do Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) Ermelino Franco Becker. Ele explica que não existe uma bactéria que seja encontrada exclusivamente em cemitérios.

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“O que acontece é que os corpos enterrados vão fazer o fenômeno da decomposição, da putrefação. Nós, mesmos seres vivos, convivemos com várias bactérias no nosso corpo, desde bactérias da nossa boca, do nosso nariz, nosso intestino. Quando a gente vem a falecer, essas bactérias livres dos nossos anticorpos, dos nossos mecanismos de defesa, passam a usar nossa matéria orgânica em decomposição e se proliferam bastante”, diz o médico.

Becker acrescenta que por conta desse processo, o líquido que escorre dos cadáveres está cheio de bactérias, mas isso não causa danos à saúde de quem está visitando o cemitério, até porque as pessoas não vão ter contato com esse conteúdo.

Contaminação do meio ambiente

O ponto que merece atenção no tema é a possibilidade de contaminar o meio ambiente. “É importante estudar essas bactérias para preservar o ambiente. Aquele famoso chorume pode, eventualmente, contaminar rios e lençóis freáticos se aquele cemitério não estiver seguindo uma série de normas técnicas que previnem isso”. Portanto, nesse caso, a contaminação da água pode trazer riscos e problemas à saúde humana.

Além das bactérias do corpo humano, o especialista relembra que os elementos químicos, como o formal, também podem ser tóxicos para a natureza. “Por isso os cemitérios têm uma série de regras. Uma das mais atuais é que tem pontos de monitoramento para verificar se não está ocorrendo a contaminação do lençol freático”, afirma.

O médico também revela que existem casos em que o enterro e armazenamento do corpo podem ser diferentes quando a pessoa estava com um quadro grave de infecção, pois mesmo após a morte, algumas doenças ainda podem ser transmitidas.

“Um caso que aconteceu nos últimos anos eram as pessoas que faleceram por covid-19. Então para essa doença que era muito mortal e muito contagiosa eram feitos cuidados extras para proteger, além dos trabalhadores da saúde, os funcionários das funerárias e cemitérios”, conta Becker.

Cuidados de higiene na hora de visitar um cemitério

O médico recomenda que quem vai ao cemitério e eventualmente limpa as lápides, mexe com flores e outros ornamentos, higienize posteriormente as ferramentas utilizadas e também as mãos.

Em situações em que a pessoa esteja com um ferimento, por exemplo, o especialista reforça a importância de ter um curativo para evitar contaminações extras na ferida. Caso aconteça uma contaminação no machucado, a dica é fazer a limpeza local e trocar o curativo.

Além disso, em casos de ferimentos expostos, o médico relembra a importância de receber a vacina contra o tétano para evitar doenças mais graves.

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