É poda!

Retirada de árvores continua em bairro de Curitiba. Atitude necessária? Opine!

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Depois de uma demonstrar preocupação com a poda criminosa dos Ipês da cidade, a Prefeitura de Curitiba parece ter mudado de ideia em relação aos cortes expressivos. Cerca de dez árvores de grande porte foram retiradas na Rua Bento Viana, no bairro Água Verde, em Curitiba, nesta semana. O trabalho das motoserras foi percebido pelos moradores na terça-feira (29) e se estendeu pelo menos até esta sexta-feira (1º), com a retirada de dois caminhões cheios de madeira e folhas. Você concorda com a atitude? Opine na enquete no final do texto.

Na quarta-feira (30), a Tribuna publicou uma reportagem falando sobre a preocupação e incômodo da população com a retirada de diversas árvores de grande porte que pareciam estar saudáveis. Na ocasião, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) justificou o corte afirmando que elas estavam com a saúde comprometida e apresentavam risco de queda.

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A explicação não foi bem aceita pelos moradores da região. “Aqui estamos todos desacreditados que isso era necessário mesmo. Condenadas? Já vi que a prefeitura sempre vai informar que o corte é legalizado, vão continuar a depenar a rua”, desabafa Simone Lemke Bretzke, que há cinco anos vive em Curitiba e revela nunca ter visto nada parecido.

Indignada com a situação, Simone procurou a SMMA duas vezes. Na primeira vez, recebeu a mesma resposta da Tribuna. Como os cortes continuaram, ela tirou fotos e enviou um novo e-mail questionando a avaliação sobre a saúde das árvores. Dessa vez não obteve uma resposta.

Confira as imagens feitas nesta sexta-feira:

Com a mudança brusca do caminho que gostava de andar, Simone está preocupada e triste. “Se há necessidade de corte, fazer o quê, tem que cortar. Mas não parecia o caso e é isso que me preocupou”.

A retirada das árvores foi mesmo necessária?

Para entender melhor quais os sinais de uma árvore comprometida, a Tribuna conversou com a doutora em engenharia florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e especialista em arborização urbana pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Tamara Ribeiro Botelho de Carvalho Maria. Ela explica que uma árvore comprometida tem a saúde ou estabilidade prejudicada, podendo trazer doenças para as outras árvores ao redor ou riscos para a população, caso ela ofereça risco de queda.

Nesse cenário, a análise da saúde da árvore sempre deve ser feita por um engenheiro florestal especialista em árvores urbanas. “Existem muitos protocolos para identificar o que chamamos de “falhas da árvore”, que incluem a presença de pragas (erva de passarinho e cupins), doenças (apodrecimento, falta de vigor e morte inerente), ou problemas estruturais que podem ocorrer no tronco, nas raízes ou na copa. A soma desses problemas aliado ao fluxo de pessoas e de serviços no local irá determinar o grau de comprometimento”, argumenta a profissional.

Tamara explica que um único defeito ou problema, como erva de passarinho, por exemplo, não é suficiente para comprometer uma árvore. “Por isso a necessidade do especialista identificar quais conjuntos de fatores estão associados no comprometimento. Se tem presença de galhos secos, mal formados, apodrecidos, doenças e pragas na copa, lesão de casca, se apresenta insetos xilófagos (que se alimentam da celulose na madeira das árvores), entre outros”, completa.

Falando sobre a natureza em geral, a especialista relembra que assim como todos os seres vivos, as árvores têm prazo de vida. Ou seja, elas também envelhecem e morrem.

Sobre dos diversos cortes que aconteceram em Curitiba nesta semana, Tamara diz que é normal o impacto que se tem na substituição repentina, por isso é sempre recomendada a troca gradativa de árvores no meio urbano. “Porém, em caso de risco, é necessário uma rápida intervenção”.

A Tribuna quer saber a sua opinião sobre a situação das árvores de Curitiba: corta ou não corta? Vote!

Procurada novamente para falar sobre o corte de árvores, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SMMA) reafirmou que elas estão comprometidas e por isso estão sendo retiradas. A secretaria não especificou as causas específicas da sequência de retiradas no bairro Água Verde. Além disso, foi confirmado que novas árvores serão plantadas no lugar.

A SMMA também foi questionada sobre a existência de um laudo técnico que comprove a necessidade de corte, espécie que será plantada no local e data para essa plantação. No entanto, essas questões não foram respondidas até o fechamento da reportagem. Assim que a secretaria se pronunciar sobre o assunto, a reportagem será atualizada.

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