Nas ruas de Curitiba

Repercussão sobre decisão da Câmara em regularizar o Uber é positiva

Para Adir e Mahara, menor preço e profissionalismo são as vantagens dos aplicativos. Fotos: Marcelo Andrade.
Para Adir e Mahara, menor preço e profissionalismo são as vantagens dos aplicativos. Fotos: Marcelo Andrade.

A regulamentação dos aplicativos de transporte individual, como Uber e Cabify, pode acontecer em breve.
Isto porque a Câmara dos Deputados aprovou anteontem o texto que joga aos municípios a responsabilidade de regulamentá-los.

Mas o projeto de lei 5587/16 ainda vai para a apreciação e votação no Senado e depois para a sanção (ou veto) do presidente Michel Temer. Mas a possibilidade de mudanças, que podem inclusive acarretar
em aumento de tarifa dos aplicativos como Uber, Cabify, 99 e Easy, não mudou muito a opinião das pessoas.

A estudante Mahara Santos,17 anos, usa o Uber em casos de emergência e prefere usar o aplicativo em vez do táxi por conta do preço. “Se subiropreço do Uber, não vou mais pegar”, analisou. Na questão da
confiabilidade, ela disse que sempre gostou muito de todos os motoristas de Uber que a transportaram, mas que antes de pegar o veículo particular, sempre dá uma olhada no perfil do profissional.

O empresário Adir Zatta, 31, acha que o serviço prestado pelo Uber é melhor que o táxi. “Os motoristas são extremamente educados, o serviço é rápido a preço justo”, afirmou ele, que pagou 60% menos por uma corrida intermunicipal pegando um Uber. “Com a regulamentação, não acredito que chegue ao preço
de táxi. Porém mesmo que a diferença de preço seja só R$ 5, ainda assim vou preferir os aplicativos
pelo profissionalismo dos motoristas. Taxista pensa que pode ser seu amigo. Forçam a conversa e
falam o que querem. Motoristas do Uber são mais educados, só conversam se o cliente puxa assunto”,
comentou.

Rosi e Eloína acreditam que proibição dos aplicativos geraria retrocesso.
Rosi e Eloína acreditam que proibição dos aplicativos geraria retrocesso.

A aposentada Rosi Cruz, 62, sempre usou táxi e Uber e está antenada na votação da Câmara dos Deputados, que regulamenta os aplicativos de transporte individual. Se por acaso a regulamentação dos aplicativos aumentar a tarifa, ela diz que vai fazer uma análise de qual dos dois transportes irá usar, pois
diz que nos quesitos qualidade do veículo, atendimento e credibilidade, com ambos teve experiências
boas e ruins. “O Uber é uma realidade do mundo. Não podemos ficar atrás”, opinou.

Crise

A aposentada Eloína Coelho Martins, 76, já não dirige mais por orientação do filho e só usa ônibus. Não utiliza o transporte particular, mas éafavor dos aplicativos de transporte privado por conta do cenário
econômico do País. “Os taxistas tem que ter educação e dar espaço para outros sobreviverem de Uber. Também são pais de família que precisam sustentar os filhos”, explicou a aposentada que, se precisar, irá utilizar os aplicativos de transporte. “Quanto à credibilidade, precisamos confiar, seja taxista ou motorista de Uber”, afirmou.

Adiantando a votação

Paralelo ao projeto federal, aprovado pelos deputados federais e que agora segue ao Senado, um projeto de regulamentação do Uber também tramita na Câmara de Vereadores de Curitiba. O projeto foi proposto
pelo vereador Bruno Pessuti (PSD), que pede no texto a regulamentação dos aplicativos de transporte individual e que a prefeitura determine formas de cadastrar os motoristas, cobrar os devidos impostos e fiscalizar o serviço. Bruno só discorda de um ponto do projeto federal. Na votação de anteontem, os deputados mudaram a classificação dos aplicativos de transporte individual privado para público
(o que os equipara aos táxis).

Mas Bruno tem tanta certeza de que os senadores vão derrubar este quesito que mantém a classificação “privado” em seu projeto. Quando o presidente da República sancionar a lei (Pessuti não acredita que Michel Temer irá vetar o assunto), a regulamentação já estará em trâmite por aqui e agilizará o processo de regulamentação.

Posicionamentos

A Urbs, que deverá cadastrar, recolher taxas e fiscalizar os serviços dos aplicativos, disse que não vai se manifestar enquanto não houver a sanção do presidente. Já os aplicativos de transporte se posicionam contra o projeto de lei, sem exceção. O mais incisivo de todos foi o Uber, que chama o projeto de lei
de “retrógrado”, ao tentar transformar o Uber em táxi.