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“O que acontece no Asa, fica no Asa”; Galeria de Curitiba é palco de lendas de arrepiar!

Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

Ao caminhar pelo Centro de Curitiba é praticamente impossível saber o número exato de galerias comerciais. Nem mesmo a prefeitura sabe ao certo a quantidade destes tipos de comércio que, para muitos lojistas – e até mesmo para os clientes -, carregam uma relação afetiva que passa de pai para filho, de avô para neto. As galerias deram origem aos shoppings centers, enormes pontos comerciais que são importantes para a economia e sustento de várias famílias, ou seja, as galerias são as precursoras dos shoppings.

O conceito de galeria surgiu na Europa, com o objetivo de ampliar o espaço público protegendo as pessoas do frio e da chuva. Em Curitiba, o segundo grande plano urbanístico da capital, foi encomendado em 1941 à firma paulista Coimbra Bueno & Cia, que contratou o arquiteto e urbanista francês Alfredo Agache. O plano foi entregue a prefeitura no dia 23 de outubro de 1943.

Pelo Plano Agache, foi adotado um sistema radial de vias ao redor do centro. Deixou marcas que permanecem como as grandes avenidas como Visconde de Guarapuava, Sete de Setembro e Marechal Floriano Peixoto, e as galerias da Rua XV de Novembro.

De acordo com Luis Salvador Petrucci Gnoato, arquiteto e urbanista, doutor em Arquitetura e Urbanismo e professor do curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), a ideia do francês foi evitar um transtorno na região central com uma grande obra. “Como ele não poderia quebrar a Rua XV inteira, ele usou algo que se fazia desde a Roma Antiga. O centro histórico das cidades europeias é cheio de galeria que protegem as pessoas e amplia o espaço público. Esses espaços são muito importantes, e precisamos valorizar”, comentou Gnoato.

Economicamente, as galerias continuam contribuindo com os comerciantes que costumam seguir por muitos anos no mesmo ponto comercial. Antônio Gilberto Deggerone, presidente da Associação Comercia do Paraná (ACP), explica que esses pontos são importantes para a população, pois são um misto de lembranças com preços acessíveis.

“Acredito que representam um elemento histórico. Elas oferecem segurança, conforto e existe uma renovação em todas elas. Além disso, é uma boa comparação de preços com as lojas de ruas e mesmo de shoppings. Eu adoro todas”, disse Deggerone.

Algumas são mais conhecidas do curitibano. ASA, Tijucas, Osório, Suissa, Andrade, Minerva, Ritz e Tobias de Macedo. A Tribuna do Paraná visitou algumas para sentir essa energia das pessoas que ali trabalham, vivem e que nos transportam para um passado não tão distante, apesar das lendas urbanas que ali atravessam as paredes como da noiva que se jogou do ASA ou no controle do autorama gigante da Osório. Partiu? 

O que acontece no ASA, fica no ASA!

Cravado no centro da cidade, com saídas para a Praça Osório,  Rua Voluntários da Pátria e a Alameda Dr. Carlos de Carvalho, o edifício tem 22 andares e 414 unidades, entre lojas e residências. O nome vem das iniciais da construtora responsável pelo empreendimento: Aranha S.A. (ASA). Completado em 1954, o prédio é considerado a primeira habitação de Curitiba a associar espaços comerciais e residenciais

A história do edifício é curiosa, pois não se encontra a versão oficial e nem a planta original que se perdeu com o tempo. Alguns relatos chegam a afirmar que o ferro e cimento da obra foram desviados da construção de Brasília e utilizados no Asa. 

Na tradicional galeria do edifício, algumas coisas chamam a atenção. Um céu pintado de azul deixa a sensação que você está no alto, uma alusão que remete ao passado, quando o prédio foi um dos maiores de Curitiba. O letreiro tem nomes dos escritórios que abriga cartório, marmitaria, clínicas de massagens, fertilizantes e despachante.

Vilson de Souza, 59 anos, trabalha no Asa há 32 anos. Chegou para consertar o telhado, e nunca mais saiu. “Cheguei por acaso, vim trabalhar no telhado, e o síndico chamou para ser segurança. Depois fui para a portaria, e hoje sou supervisor de portaria. Eu gosto de tudo, é passar o dia vendo gente chegando ao trabalho ou saindo de casa. São 5 mil pessoas passando por aqui diariamente, é muita coisa”, orgulha-se Vilson. 

No Asa, existe uma espécie de lema que precisa ser seguido – “O que acontece no ASA, fica no ASA”. Reza a lenda que o espírito de uma noiva passeia pelos corredores. A jovem seria de uma das primeiras famílias a morar no edifício. Diz a lenda que ela se jogou após ser abandonada no altar pelo futuro marido. “Eu nunca vi nada, nunca escutei. Eu garanto”, brincou Vilson.

“O que acontece no ASA, fica no ASA”, brinca Vilton que trabalha há 32 anos no Asa. Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná.

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