Sem fim

Nova fase da Lava Jato apura desvio de R$ 200 milhões

Foto: Divulgação
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Cerca de 80 policiais federais cumprem mandados de prisão, busca e apreensão nesta terça-feira (8) como parte da Operação Deja Vu, 51.ª fase da Lava Jato. O juiz federal Sergio Moro, da 13.ª Vara Federal de Curitiba, expediu quatro mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 17 de busca e apreensão, nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo. Os presos serão levados para a superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Os seis mandados de prisão são contra três ex-funcionários da Petrobras e três operadores financeiros – um deles se apresentava como intermediário de valores destinados a políticos do PMDB, segundo nota do Ministério Público Federal (MPF) no Paraná.

De acordo com o MPF, as investigações apontaram pagamento de propina entre 2010 e 2012, pelo menos, somando US$ 56,5 milhões – o equivalente a R$ 200 milhões em valores atuais. As vantagens indevidas foram pagas para o fechamento de um contrato de US$ 825 milhões entre Petrobras e Odebrecht.

O objeto do contrato, prossegue o Ministério Público, “era a prestação de serviços de reabilitação, construção e montagem, diagnóstico e remediação ambiental, elaboração de estudo, diagnóstico e levantamentos nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde (SMS) para a estatal, em nove países, além do Brasil”.

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Os pagamentos passaram pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, que ficou conhecido como “departamento de propina” da empreiteira. Ex-funcionários da Petrobras receberam cerca de US$ 25 milhões e os intermediários do PMDB, cerca de US$ 31 milhões.

“Essa 51ª fase da Operação Lava Jato revela um caso em que, infelizmente, houve o ciclo completo da corrupção. Mediante a promessa e o efetivo pagamento de mais de R$ 200 milhões de propina em favor de diversos agentes públicos, operadores financeiros e representantes de partidos políticos, a construtora Odebrecht foi ilicitamente beneficiada antes e durante a execução de um contrato de mais de R$ 3 bilhões com a Petrobras. Os prejuízos para os cofres públicos decorrentes dessas práticas criminosas ilustram bem os efeitos deletérios do capitalismo de cupinchas ou de compadrio”, afirmou, em nota, o procurador da República Roberson Pozzobon.

‘Modus operandi’

De acordo com a Polícia Federal, o objetivo da operação é reunir provas de crimes de corrupção, associação criminosa, fraudes em contratações públicas, crimes contra o Sistema Financeiro Nacional e lavagem de dinheiro, dentre outros.

O nome da operação faz referência ao fato de que, segundo a Polícia Federal, as investigações indicam a repetição de um “modus operandi” já revelado pela Lava Jato: “a obtenção de contratos por parte de grupo empresarial junto à Petrobras, em valores superfaturados, mediante o pagamento de vantagens indevidas à executivos e gerentes da empresa petrolífera”.

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