Educação superior

Mais de mil estudantes da UFPR têm mais de 40 anos; mais velho tem 80

Romy Elisabeth Oncken cursa História, Memória e Imagem. Foto: UFPR.

O interesse pelo passado, a vontade de realizar um sonho há tanto deixado de lado e o desejo de entender os instrumentos musicais são alguns dos fatores que levaram três alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) a ingressarem na instituição. Neucar, Maria e Romy há anos não se sentavam em frente à lousa. Hoje, os três vivem a experiência que almejavam.

Neucar Teófilo Skrobot é o aluno mais idoso da universidade. Aos 80 anos, o calouro do curso de Luteria [graduação que estuda a construção e a manutenção de instrumentos musicais] vê a oportunidade de realizar um desejo antigo. Em 2022, quando soube que as inscrições para o vestibular da UFPR estavam abertas, decidiu aproveitar a oportunidade. Depois de 50 anos da sua formatura em Agronomia, retornou à UFPR.

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Para ele, voltar à sala de aula é um desafio e uma aventura encantadora. “A própria construção do instrumento é uma arte”, destaca. O objetivo principal dessa nova trajetória é construir o seu próprio instrumento, da forma como ele o imagina, revela o calouro que toca violino.

A recepcionista Maria Aparecida Quintiliano cursa Ciências Contábeis, graduação cujo interesse surgiu a partir do seu trabalho na área administrativa. Aos 61 anos de idade, a agora caloura conta que precisou interromper os estudos quando era mais jovem já que precisou dedicar-se sozinha à criação dos três filhos.

“Como eu não tive a oportunidade de estudar, não quis que eles ficassem sem. Então esperei eles se formarem primeiro para depois voltar a pensar em terminar o segundo grau”, conta.

Ao ver o nome na lista de aprovados, a emoção tomou conta, mas as lágrimas foram contidas. O objetivo com a graduação é conseguir abrir um escritório pessoal. “Apesar de estar com 61 anos, não pretendo parar de trabalhar tão cedo. Eu adoro”, afirma.

A história de Maria é similar à de muitas mulheres brasileiras, entre elas Romy Elisabeth Oncken, de 71 anos. Depois de casada, Romy cuidou exclusivamente do lar por duas décadas. Após se separar do marido, aos 42 anos, decidiu construir um futuro a partir do olhar para o passado. Atualmente cursa História, Memória e Imagem na UFPR, sua primeira graduação.

O estímulo para ingressar na universidade veio da filha, que a incentivou a prestar o vestibular após a aposentadoria. Antes de escolher o curso, Romy foi à Feira de Profissões da UFPR e visitou todos os estandes. “Quando cheguei no de História eu me encantei”, relembra.

Entre as atividades acadêmicas preferidas da estudante estão as oficinas de imagem e vídeo. Para o futuro, ela pensa em fazer um curso na área de fotografia e se aperfeiçoar ainda mais.

Neucar, Maria e Romy têm mais uma coisa em comum. Ambos acreditam que não há prazo para voltar a estudar. “Para conhecimento não há idade. Às vezes adiamos por não poder. Eu mesma não tive condições, mas acho que não podemos desistir nunca. Se você tem vontade de estudar, tem que ir em frente”, ressalta Maria.

Destino possível

Mais de mil estudantes da UFPR têm 40 anos ou mais. Julio Gomes, pró-reitor de Graduação e Educação Profissional (Prograd), lembra que a educação é um direito constitucional garantido a todos. “A busca pela educação, independente da idade, é um exercício de cidadania que deve ser incentivado por todos os agentes da sociedade, principalmente aqueles que fazem parte do Estado”, destaca.

Segundo o levantamento da Prograd, sete estudantes da UFPR possuem mais de 70 anos e 88 estão na faixa dos 60. Há ainda 272 alunos com idade entre 50 e 59, e 712 acadêmicos têm de 40 a 49 anos.

Gomes reforça a mensagem de Maria e dos outros estudantes. “Fica aqui o convite e o incentivo para essas pessoas retomarem os seus estudos e olharem a UFPR como um destino possível”.

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