De volta pro xadrez!

Justiça manda prender 22 homens flagrados na rinha de cães descoberta pela polícia do PR

Um dos cães resgatados pela polícia. Foto: Polícia Civil do Paraná/Divulgação
Um dos cães resgatados pela polícia. Foto: Polícia Civil do Paraná/Divulgação

A Justiça de São Paulo decretou a prisão de 22 dos 41 homens flagrados na rinha de cachorros em uma chácara em Mairiporã, na grande São Paulo, no último sábado (14). Segunda-feira (16), dois dias depois de a rinha ser estourada, 40 detidos haviam sido liberados pela Justiça na audiência de custódia. Apenas o organizador das brigas foi mantido preso.

A ordem desta sexta-feira (20) partiu da 2ª Vara de Justiça de Mairiporã. O esquema foi descoberto a partir de investigação da Polícia Civil do Paraná, que pediu apoio à polícia paulista. Foram resgatados 19 cachorros no local, todos bastante feridos.

As lutas de cães da raça pit bull faziam parte de uma competição internacional de apostas com requinta de crueldade. Além de os animais ficarem extremamente feridos – um deles chegou a urinar sangue -, os participantes se alimentavam de churrasco feito com a carne dos cães que morriam nas brigas.

Na decisão desta sexta, a juíza Daniela Aoki de Mandrade Maria alegou que os detidos não cumpriram a determinação de apresentar à Justiça ao longo da semana, demonstrando “que não pretendem colaborar com a Justiça”.

O Ministério Público paulista também já recorreu da soltura de todos os detidos logo após a audiência de custódia segunda-feira. O caso corre em segredo de Justiça.

Rinha estourada em Mairiporã na verdade era uma etapa de um campeonato internacional de brigas de cachorros. Foto: Gerson Klaina / Tribuna do Paraná

Crueldade

O caso começou com investigação da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMOA) de Curitiba, que monitorava um criador da capital e um adestrador de São José dos Pinhais que forneciam cachorros para as rinhas. Três dias depois de a rinha ser estourada em Mairiporã, a DPMOA resgatou cinco pit bulls no canil do adestrador de São José dos Pinhais.

Os cães recebiam treinamentos de atletas, com seleção genética, treinos físicos e alimentação especial. A preparação para as lutas incluía esteira, natação, além de os animais serem forçados a consumir suplementos alimentares e anabolizantes. Pouco antes das brigas, os pit bulls ficavam sem comer e beber água para ficarem ainda mais violentos no ringue.

Com o nome Circuito Internacional 4 x 4, o esquema era extremamente organizado. Havia premiação com troféu e dinheiro, apostas online e até separação de categorias entre machos e fêmeas.

Na última edição da rinha em outubro, na República Dominicana, um cachorro paranaense venceu a disputa. “Temos informação de que queriam comprar este animal por R$ 50 mil, mas o criador não vendeu”, afirma o delegado Matheus Layola, da DPMA. De acordo com delegado, um cachorro campeão poderia chegar a custar R$ 200 mil – o preço de um carro de luxo.

Entre os detidos sábado (14), estavam um americano que atuava como árbitro das rinhas, um peruano e um mexicano. Também foram presos em Mairiporã um médico e um policial militar, além de um médico veterinário que tinha a tarefa de reanimar os cães muito feridos para continuarem lutando.

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