Contas a pagar

É hora de encarar as despesas de início de ano. Qual a melhor estratégia?

IPTU. Foto: Cesar Brustolin / SMCS

Passadas as festividades de fim de ano, é hora de voltar “a realidade” e encarar as despesas que costumam dar muita dor de cabeça para a grande maioria das famílias. O início do ano traz junto com os desejos de paz, saúde e prosperidade, algumas contas salgadas pra pagar, como IPTU, IPVA e material escolar.

Para evitar os apertos no orçamento nesta época do ano, os especialistas em finanças aconselham que se faça uma reserva ao longo do ano ou mesmo que se separe ao menos parte do 13º salário para honrar com esses compromissos inadiáveis do primeiro trimestre de cada ano. Dessa forma seria possível quitar os impostos em uma única parcela, aproveitando os descontos previstos para o pagamento à vista.

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Essa deveria ser a modalidade preferida de pagamento, já que dificilmente uma aplicação financeira irá render o suficiente para compensar os descontos oferecidos para o pagamento integral. No entanto, a realidade é que o orçamento de grande parte das pessoas não permite que se faça essa economia ao longo do ano. Nesses casos, a solução é mesmo pagar os impostos e as compras de forma parcelada – mas com a devida atenção às taxas de juros praticadas pelo comércio.

Para Fabiano Abranches Silva Dalto, professor do Departamento de Economia da Universidade federal do Paraná (UFPR), o ideal seria que todas as pessoas pudessem pagar essas contas à vista. Entretanto, ele destaca que muitas pessoas não têm rendimentos suficientes para conseguir fazer uma reserva financeira e honrar as contas mensais.

“De fato, uma vez que várias contas de início de ano apresentam a possibilidade de pagamento à vista com descontos – como são os casos do IPTU, do IPVA e das mensalidades escolares –, a reserva de recursos ao longo do ano anterior para essas despesas seria uma alternativa para facilitar a quitação desses compromissos com descontos. Entretanto, nem todas as pessoas no Brasil conseguem ter rendimentos suficientes para manter suas necessidades mensais e ainda reservarem algum dinheiro para as despesas de início de ano”, destaca o professor, que lembra que não cabe apenas a cada indivíduo encontrar as melhores formas de equilibrar os gastos com os ganhos:

“Na maioria dos casos, as soluções para essas pessoas estão fora do alcance direto de suas decisões. Por exemplo, o aumento de seus salários ajudaria a fazer as reservas; um melhor transporte público e escola pública poderiam levar muitas famílias a desistirem de possuir um veículo ou reduzir o número de veículos que possuem e poderia fazê-las colocar filhos nas escolas públicas; entre outras questões”.

Sem essa capacidade de formar uma reserva ao longo do ano, uma alternativa um pouco mais simples seria a de aproveitar o rendimento extra do 13º salário para fazer esses pagamentos. Mas somente se a família não tiver outras dívidas mais urgentes ou que estejam atreladas à cobrança de juros, que estão altíssimos no atual momento econômico do Brasil.

“Caso o 13º não esteja ele mesmo comprometido com outras dívidas acumuladas ao longo do ano, como é o caso de quase 80% das famílias brasileiras, ele poderia ser usado para o abatimento de compromissos futuros como as despesas de início de ano”, afirma Dalto.

Ele considera ainda que, sempre que possível, pagar os tributos à vista é o mais vantajoso. O IPTU em Curitiba, que terá um aumento expressivo para grande parte dos contribuintes, terá desconto de 10% para a quitação à vista este ano (em 2022, esse desconto foi de apenas 4%). Já o IPVA, cobrado pelo Governo do Estado, tem desconto de 3% para o pagamento em parcela única. Esses descontos dificilmente serão compensados com eventuais rendimentos de aplicações financeiras caso se opte por investir o valor integral do imposto e se parcele o pagamento (em cinco parcelas para o IPVA ou em 10 parcelas para no caso do IPTU).

“Quitar as despesas à vista com desconto ou aplicar o dinheiro com vistas a rendimentos depende do tipo de aplicação financeira que será feita (prazos de resgate, custos de transação, etc.) e do rendimento esperado. Dificilmente haverá alguma aplicação que permitirá um resgate sem custos ou com custos baixos o suficiente, exatamente no momento do pagamento das parcelas dos tributos ou das despesas, de forma a superar as vantagens dos descontos em pagamentos em única parcela. Sendo assim, quem tiver disponíveis os recursos financeiros suficientes para pagar o IPTU, por exemplo, com desconto e sem comprometer sua capacidade de pagamentos de outras despesas futuras, certamente terá vantagens financeiras comparadas às alternativas”, complementa o professor.

O mesmo conceito vale para os gastos com material escolar e outras eventuais necessidades de consumo nesta época do ano. Além da pesquisa de preços, que pode proporcionar uma boa economia, o consumidor deve priorizar os pagamentos à vista se a loja oferecer desconto.

“Neste caso, vale o mesmo raciocínio. Quem conseguir descontos na compra à vista, certamente obterá vantagens financeiras, se tiver disponibilidades financeiras para comprar à vista, desde que não comprometa a capacidade futura de realizar outras despesas”, conclui.

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