Ônibus itinerante

Artista completa 30 anos pintando e rodando por Curitiba em seu motorhome: “Aproveito a vida e ainda faço minha arte”

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

De Pica-Pau Amarelo a Jô Soares, de Maria Erótica para um ônibus itinerante que leva cultura e arte para as ruas de vários cantos do Brasil. Itamar Gonçalves, desenhista das antigas e pintor como opção, é um homem de 71 anos mostra vitalidade e amor à vida. Em 2022, completou 30 anos pintando dentro da sua casa móvel, tendo Curitiba como base.

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Natural de Presidente Epitácio, interior de São Paulo, Itamar tem o dom de desenhar. Trabalhou em editoras que eram responsáveis pela produção de revistas infantis ou adultas. Trabalhou em exemplares famosos do Pica Pau Amarelo, Jô Soares, Vaca Voadora e tantos outros, em São Paulo e Rio de Janeiro.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Apesar do sucesso, o avanço da tecnologia prejudicou o ramo literário e editoras fecharam as portas. Foi em um cenário de tristeza na década de 80, que Curitiba apareceu na vida do desenhista. “Em Curitiba, tinha a Grafipar, do Cláudio Seto, um diretor de arte conhecido nacionalmente. Eu fazia revistas de quadrinhos adulto, a da Maria Erótica. Foi um sucesso por várias décadas, mas também faliu”, relembrou Itamar.

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Desempregado e com família crescendo, o pintor mudou os rumos de vida ao notar o movimento de clientes interessados por quadros na tradicional Rua XV. Ao perceber que a pintura poderia aparecer como opção de sustento, Itamar deu um passo para uma nova profissão.

“Vi os artistas no calçadão da Rua XV e ali comecei com as telas. Nem sonhava em pintar quadros. O problema é que não tinha grana para comprar telas ou molduras. Usava uma caneta ‘bico de pena’ desenhando pontos turísticos e comecei a vender. Ganhei confiança”, disse Itamar.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Venda nos bairros e fora de Curitiba

Com as vendas dando um bom dinheiro, Itamar decidiu não abandonar o desejo de chegar mais próximo do público. Com a quantidade de pintores aumentando nos pontos turísticos da capital paranaense, ele comprou um motorhome antigo para levar seus quadros para qualquer lugar.

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“Fui para os bairros, pois senti que o Centro estava ficando esgotado. Sou meio cigano e queria unir a paixão de viajar e pintar. Com o veículo planejado por mim, tendo banheiro e cama, levo meu ateliê para outros espaços. Aproveito a vida e ainda faço minha arte”, comenta Itamar, que já teve van e hoje tem um ônibus em que só ele reside.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

Aliás, um orgulho que Itamar carrega é não ter programação para os próximos dias. Uma questão fundamental para quem vende quadro nas ruas é o tempo. A chuva atrapalha, pois não dá para colocar as obras nas laterais do ônibus por meio de uma corda amarrada.

“Vamos dizer que naquela região não vai chover, eu vou para lá. Faz parte da vida, hoje aqui em Curitiba está parado, muita gente está no litoral e está faltando dinheiro na praça. É preciso ter uma reserva para se manter, hoje em dia tenho uma média mensal de 20 quadros vendidos. Infelizmente, atualmente não se valoriza a obra”, afirmou o artista que comercializa quadros no valor de R$ 40 a R$ 400.

Furtos e expulsão de cidades

Nem tudo são flores para quem dorme com o veículo estacionado nas ruas. O perigo pode estar perto a qualquer momento, mas segundo Itamar, o problema vem de autoridades.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

“Já teve casos de pessoas que não aceitam a gente e nos expulsam. Aqui em Curitiba, já teve fiscal que pegou minhas telas. No interior já teve ameaças e quando ocorre, eu vou embora. Não quero confusão, pois tenho a liberdade de ir e vir. Furtos e ameaças sempre têm, se bobear levam os quadros quando vamos tirar uma soneca a tarde. Já à noite, costumo ficar no centro ou parques, lugares com câmeras ou maior policiamento”, diz Itamar que prioriza a vida. “Não conseguiria ficar parado em um escritório. Já tentei uma vez, e fiquei doente. Eu quero é sentir a vida”, completou o artista.

Para saber o paradeiro do pintor e conhecer os quadros que têm na sua maioria lindas paisagens, pontos turísticos, animais e outros temas feito no pincel, entre em contato pelo telefone (42) 9108-6691. Quando está em Curitiba, Itamar costuma ficar entre os bairros Abranches, Mercês e Bacacheri.

Foto: Gerson Klaina/Tribuna do Paraná

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