Galvão Bueno, 70 anos: o narrador e o futebol paranaense

Galvão Bueno: 70 anos de idade, 46 de carreira, 38 de Globo. E uma das pessoas mais conhecidas do Brasil. Foto: Divulgação/Rede Globo

O mundo do esporte está desfilando homenagens a Galvão Bueno, que completa 70 anos nesta terça-feira. O narrador da Rede Globo ‘furou a bolha’ esportiva e é um dos personagens mais conhecidos do Brasil. Fruto de 46 anos de carreira e de um estilo que o tornou a voz de momentos tão especiais como o tetra e o pentacampeonato da seleção brasileira, os títulos mundiais de Ayrton Senna e várias medalhas olímpicas.

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É chover no molhado elencar as virtudes de Galvão Bueno – um narrador que ‘vende’ tão bem um evento esportivo que é capaz de aumentar a audiência da TV apenas por estar em uma transmissão. Há quem vá dizer que é para ser criticado, mas se fosse por isso ele não seria o principal locutor da principal emissora do País nos últimos 27 anos (ao todo, são 38 anos de Globo).

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Mas vamos aproveitar pra lembrar momentos famosos e outros nem tanto quando a trajetória de Galvão Bueno cruzou com o futebol paranaense. Por isso, vamos a essa edição especial da Sessão Quarentena! Haja coração, amigo!

A primeira vez de Galvão Bueno

O registro mais antigo de Galvão Bueno narrando um jogo com times paranaenses vem de 1983 – ele até pode ter transmitido antes, mas não há material mais remoto que o jogo Botafogo 0x0 Colorado, pela Taça de Ouro, em 2 de fevereiro. E já com uma situação inacreditável. Zico, o goleiro do Boca Negra, simplesmente não voltou ao campo depois do intervalo. A imagem não tá boa, mas a lembrança é sensacional.

A primeira vitória

Ainda naquele ano, Galvão Bueno também transmitiu pela Globo jogos importantes da campanha do Athletico, que chegou à semifinal do Brasileirão contra o Flamengo de Zico. Para chegar lá, eliminou o São Paulo em pleno Morumbi. Aqui uma memória da RPC, apresentada por Luiz Augusto Xavier e com reportagem de Gil Rocha.

Os títulos

Galvão Bueno foi a voz que o Brasil ouviu nos títulos brasileiros de Athletico e Coritiba. Em 1985, a narração dele pela Globo foi para o País inteiro, com exceção do Paraná, que teve nosso saudoso Vinícius Coelho transmitindo a partir do segundo tempo a conquista coxa. Já em 2001, as duas vitórias atleticanas contra o São Caetano tiveram o seu relato. E em 2006 Galvão narrou a classificação do Paraná Clube para a Libertadores.

Trabalhando em Curitiba

Numa mudança chocante em 1992 – e talvez hoje difícil até de explicar -, Galvão deixou a Globo para trabalhar na Rede OM (hoje CNT). A emissora de Curitiba queria se tornar uma rede e firmou uma parceria com o narrador. Todo mundo sabe que o grande momento dele como ‘paranaense’ foi a transmissão da final da Copa Libertadores daquele ano, com o título do São Paulo de Telê Santana. Veja uma chamada de programação com o locutor.

No rádio

Além de narrar, chefiar o departamento de esportes e trazer para Curitiba velhos companheiros como Mário Jorge Guimarães e Raul Quadros, Galvão Bueno teve outras presenças na mídia local. Ele participava da fase inicial do Mesa Redonda, quando Lombardi Júnior era o apresentador, e chegou a comentar partidas pela rádio Clube.

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Infelizmente não há registros na internet – provavelmente o Peninha, “o repórter da história”, tenha alguma gravação. Mas lembro da participação dele na B-2 no dia 8 de abril de 1992, dia em que o Paraná venceu o Londrina por 2×1, mas que ficou marcado pela trágica morte da esposa do goleiro Luís Henrique nas cadeiras do Couto Pereira.

A final

Em 1992, Londrina e União Bandeirante superaram Athletico e Paraná e foram para a decisão do Campeonato Paranaense, a primeira entre dois times do interior depois de onze anos. E era a Rede OM quem tinha os direitos de transmissão do Estadual. E quem é que narrou o título do Tubarão? Galvão Bueno – que depois acabou se mudando para Londrina, onde mora até hoje. Você vê o registro do gol de João Neves na apresentação do Ademir Lobbo.


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