Ídolo ou não? Bruno Guimarães é exemplo em futebol globalizado

Bruno Guimarães e a taça da Copa do Brasil. Foto: Albari Rosa/Arquivo

Bruno Guimarães deu uma entrevista bastante interessante ao canal DAZN – todos os detalhes estão nessa matéria aqui. Um trecho serviu pra reflexão. Perguntado se ele se considerava ídolo do Athletico, ele respondeu assim: “Me considero. (…) O Athletico tinha tudo, estrutura, tinha estádio, mas faltava rechear com um pouco mais de títulos. O clube precisava de uma Sul-Americana, um intercontinental, um nacional, e conseguiu conquistar tudo. Por isso eu sei que consegui marcar meu nome na história do clube“.

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Nesse futebol globalizado, Bruno acabou jogando pouco tempo no Furacão – no elenco profissional, um ano e meio. Deixou o clube no início deste ano, a caminho do Lyon – e já está na mira do Barcelona. Hoje não é mais do Rubro-Negro, é do mundo. Seu destino é brilhar com a camisa da seleção brasileira. Mas a pergunta fica: Bruno Guimarães é ídolo do Athletico? E mais: como se define hoje um ídolo?

Bruno Guimarães é ídolo sim

Começando pelo começo: o meio-campista está sim entre os grandes da história do Furacão. Conquistou essa idolatria com um futebol acima da média – muito acima, por sinal. Como o próprio Bruno disse, escreveu seu nome com títulos. Esteve presente em dois dos três maiores títulos rubro-negros em 96 anos.

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Lembro de uma conversa que tive com Cahuê Miranda, jornalista dos bons e que hoje trabalha no Athletico. Foi quando tivemos o podcast De Letra sobre a seleção da década dos nossos três times. Ele já me falava do Bruno Guimarães como um dos maiores da história, não apenas dos últimos dez anos.

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Bruno não tem a mesma relação com o Furacão que Sicupira, Nílson Borges, Caju e seu filho Alfredo Gottardi. Ele teve uma passagem no clube. Mas, assim como Fernandinho, sempre que pode ele manifesta seu amor pelo Athletico. Respeita o clube e, mais que isso, age como torcedor – como fez no domingo (24), durante a reexibição da final do Campeonato Brasileiro de 2001. E isso aumenta a idolatria.

Novos tempos

E a construção de um ídolo passa hoje por essa postura. É difícil exigir que um jogador com o talento de Bruno passe a carreira toda no futebol paranaense. Há mercados maiores, a Europa está sempre de olho, os valores são absurdos. Mas há formas e formas de sair de um clube, e o meio-campista escolheu manter viva a relação com o Athletico.

Alex no início da carreira. O Coritiba esteve sempre em seu radar. Foto: João Bruschz/Arquivo Gazeta do Povo

Alex é um caso semelhante. Ele é ídolo do Coritiba e sempre será. Também saiu cedo, com pouco mais de um ano como titular, rodou o Brasil e o mundo, mas sempre tinha o Coxa em seu radar. Manteve esse espírito e construiu a carreira pensando em voltar. E voltou. Bruno Guimarães ainda não pensa nessa hipótese, concretizada por Alex e que, suspeito, deve rondar muito a mente de Giuliano, outro que demonstra seu amor pelo Paraná Clube a cada momento, a ponto de ir à Vila Capanema sempre que possível.

Giuliano nos tempos de Paraná Clube. Foto: Giuliano Gomes/Arquivo Gazeta do Povo

O que faz Bruno Guimarães ser ídolo é diferente sim de Krüger, Hidalgo, Saulo, Maurílio, Lela, Cláudio Marques, Marcos, Pachequinho, Ednelson e tantos outros de Athletico, Coritiba e Paraná. Mas é um ídolo desse futebol global, em que mesmo longe e vestindo outra camisa é possível estar sempre perto.


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