Que vitória

Em noite de recuperações, Coritiba vence o Atlético-MG e respira na classificação

Raphael Veiga jogou, brilhou, fez um golaço e calou a boca de quem o ofendeu. Foto: Jonathan Campos
Raphael Veiga jogou, brilhou, fez um golaço e calou a boca de quem o ofendeu. Foto: Jonathan Campos

No futebol e na vida, não há nada como um dia depois do outro. No futebol, nada mais real do que isso, porque o ídolo de ontem pode ser o vilão de hoje e vice-versa. Neste domingo (6), foi o dia de Raphael Veiga. Cobrado, chamado de “mercenário”, atacado pelas redes sociais, o meio-campista abriu o caminho da vitória com o gol mais bonito da rodada do Campeonato Brasileiro. E não foi pouco, porque levou o Coritiba a uma importante vitória sobre o Atlético-MG, por 2×0, no Couto Pereira. E como não gostar de um esporte que faz do atacado o aplaudido?

Claro que aqueles que fizeram Raphael Veiga ser massacrado desapareceram. Alguns certamente aplaudiram nas arquibancadas do Alto da Glória, outros diziam “nunca critiquei” nas redes sociais. Enquanto isso, era o menino, que possivelmente defenderá o Palmeiras ano que vem (e por isso sofreu tanto), que corria para festejar o golaço que marcou.

Já era segundo tempo de um jogo duro. Afinal, do outro lado, estava o time do (justamente) aplaudido Marcelo Oliveira, um Atlético-MG que jogava a cartada decisiva de uma luta pelo título brasileiro, ao mesmo tempo que preservava alguns jogadores para a decisão da Copa do Brasil. Time bom é assim, que consegue ter Luan e Lucas Pratto na frente e se dá ao luxo de deixar Robinho e Fred no banco. Consciente, Paulo César Carpegiani – que não ficou no banco, estava suspenso – primeiro se preparou para parar o Galo, segurar Otero, Cazares, Luan e Pratto. Armou o time com forte marcação, deu suporte para os laterais, apostou em Dodô e surpreendeu ao escalar Raphael Veiga.

Sobrou para Kazim, mas ele entrou no intervalo para ajudar a construir a vitória. Que começou num chutão de Wilson para frente. O turco ganhou de Erazo por cima e a bola chegou em Veiga, que arrumou e mandou um balaço na gaveta. E saiu comemorando como devia, dizendo que tinha sangue nas veias e festejado pela maioria – mesmo que a imagem do gol mostre um ou outro o contestando, pra ser educado.

Kazim também participou do gol que decidiu o jogo, bem no finalzinho, quando roubou a bola de Patric e acabou derrubado pelo ex-jogador alviverde. Pênalti cobrado por Kléber, resolvendo a parada e deixando o Coxa em 14º colocado no Brasileirão, com 42 pontos, quatro à frente do Internacional, que abre a zona de rebaixamento. Vitória pra lá de importante no momento mais tenso do campeonato.