Pelo menos no discurso

Coritiba quer fazer o clima de ‘já ganhou’ passar longe do Couto Pereira

Jogadores do Coritiba comemoraram muito na Arena, mas clima de festa já passou. Foto: Hugo Harada

Ficou apenas para a torcida do Coritiba a empolgação pela goleada de 3×0 aplicada sobre o Atlético no primeiro clássico Atletiba decisivo do Campeonato Paranaense, domingo, na Arena da Baixada. Mesmo tendo colocado uma mão e meia na taça do Estadual e de ter a chance de sair da fila depois de três anos sem conquistar esse título, o discurso é de cautela e pés no chão no time coxa-branca. O clima de “já ganhou”, nesta semana que antecede o segundo confronto da final, está proibido entrar na equipe comandada pelo técnico Pachequinho.

“Não terminou. Ainda temos mais 90 minutos dentro da nossa casa e temos que manter o respeito e o foco. Os atletas estão de parabéns pela partida. A nossa equipe se doou sem a bola e teve que surpreender o Atlético. Independente da formação, você tem que fazer o que foi trabalhado. Aquilo que foi falado do individual ou coletivo passa muito pelo que os atletas têm que fazer. Essa entrega tática existiu e colaborou muito para que com posse de bola nós pudéssemos jogar” garantiu o técnico Pachequinho.

Não há como negar que o Coxa deu um passo gigantesco para conquistar o título. Um dos destaques do Verdão no primeiro embate da final, com pelo menos três grandes defesas, o goleiro Wilson, que é também um dos jogadores mais experientes do elenco, cobra atenção da equipe para a segunda partida.

“É uma vantagem significativa, mas não significa que teremos facilidade. É mais um clássico que vai ter, a gente sabe a rivalidade que tem. Assim como fizemos três aqui, eles podem chegar lá e fazer três também. Não tem nada ganho e temos que ter os pés no chão”, cravou o goleiro coxa-branca.

Autor do gol que abriu o caminho da goleada, o zagueiro Werley também reforçou o discurso que nada ainda está definido. O defensor enalteceu também o trabalho de todos no clube e dividiu a vitória conquistada na Arena com os funcionários, diretoria e comissão técnica do Verdão.

“É mérito do trabalho de todos dentro do clube, em geral, não dá para deixar ninguém de fora desse contexto. Diretoria, comissão, atletas, funcionários, todos trabalhando para dar a melhor condição de trabalho para que a gente chegue em campo para desempenhar o melhor papel possível. Sabemos que conseguimos o placar muito favorável, mas temos 90 minutos. Temos que manter a boa semana de treinos, concentrados, para que possamos levantar a taça no jogo diante do nosso torcedor”, enfatizou.

Para alcançar esse objetivo, Pachequinho, que ainda não foi efetivado e segue de forma interina no comando do Coritiba, cobra mais uma semana muito produtiva de treinamentos. Enquanto o Verdão terá a semana cheia de trabalho, o Atlético terá um duelo decisivo pela frente diante do San Lorenzo, na Arena, pela Libertadores da América.

“Foi a primeira etapa, 90 minutos. Temos mais 90 na nossa casa. Então é concentração, atenção e respeito, em todos os aspectos. O jogo continua. Parabenizar os atletas pela postura, capacidade e inteligência de jogo. Conseguimos construir esse resultado muito pelo que os atletas se doaram e se entregaram. A semana tem que ser até melhor que essa. No futebol não dá para você antever muita coisa. Vamos continuar com pés no chão, respeito e humildade”, concluiu o comandante alviverde.