Suspeitos de extorsão e pedofilia serão ouvidos

A bomba está prestes a explodir. São pelo menos 14 policiais civis envolvidos na rede de pedofilia, associada a extorsões, em distritos da capital. A informação foi confirmada pela corregedora da Polícia Civil, delegada Charis Negrão Tonhozi, que começa, hoje, a interrogar suspeitos.

O movimento nos corredores do órgão, ontem, foi intenso, com o entra e sai de várias adolescentes. A delegada Charis Negrão não quis divulgar o número de meninas ouvidas durante a manhã e à tarde. Elas prestaram depoimentos separadamente, na presença da delegada Deise Dorigo Barão, que mostrou fotografias de alguns policiais. Há informações que entre 9 e 10 homens foram reconhecidos pelas garotas. Os reconhecimentos, somados a outros indícios que a corregedoria já havia apurado durante as investigações, confirmou o número de policiais associados à trama. "Nós temos bastante subsídios para dizer da participação de 14 policiais civis", disse a delegada Charis Negrão. A corregedora afirmou ainda que irá colher depoimentos de outras testemunhas, que devem revelar informações importantes sobre o esquema.

Os nomes completos de alguns dos policiais suspeitos ainda estão sendo apurados, fato que faz com que a corregedora tenha cautela em divulgá-los. "O que temos são primeiros nomes e apelidos. Assim que tivermos a qualificação completa de todos, a identidade deles será revelada. É possível que isso aconteça até o fim desta semana", garantiu.

A delegada Charis também não quis adiantar quais são os distritos policiais em que os acusados estão lotados, mas, nos depoimentos prestados pelas meninas são citados o 4.º DP (São Lourenço) e o 7.º DP (Vila Hauer). Porém, há denúncias que respingam sobre policiais do 12.º DP (Santa Felicidade).

Investigação

A corregedoria começou a investigar as extorsões há três semanas, quando chegou a denúncia de que um empresário estava sendo forçado a entregar dinheiro para policiais do 4.º DP, ao ser flagrado com duas garotas menores de idade, num motel. Na ocasião, ele teria se negado a pagar o dinheiro exigido pelos policiais e pedido ajuda ao filho, que denunciou o caso.

A delegada Ana Cláudia Machado, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima de Crime (Nucria) ainda não se pronunciou sobre as investigações. Entretanto, há informações de que já foi decretada a prisão preventiva de Luciana Polera Correia Cardoso, 21 anos, apontada como mentora da quadrilha. A mulher estaria escondida na casa de parentes em Matinhos, no litoral do Estado. Até agora apenas um membro do bando está preso. Trata-se de Lincon Lima dos Santos, tio de Luciana. Ele já foi interrogado no Nucria, e encaminhado ao Centro de Triagem II. O conteúdo do interrogatório não foi divulgado.

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