Caso dos ciganos

Delegados reprovam atitude de advogado

As declarações do advogado Cláudio Dalledone Júnior, a respeito da atuação da delegada Margareth Alferes Motta, na investigação que apontou os ciganos Vera e Pero Petrovich como autores da morte da menina Giovanna, em 2006, em Quatro Barras, causaram indignação à classe dos delegados do Paraná, representados pelo Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Paraná (Sidepol). Os ciganos foram absolvidos na semana passada.

Após o resultado do júri, o advogado, que atuou na defesa dos réus, fez declarações ofensivas à delegada, chamando-a de mentirosa e sem caráter, além de afirmar que ela será julgada “por liberar presos de noite para roubar cargas de dia”.  O Sidepol saiu em defesa de Margareth e enviou carta à redação da Tribuna do Paraná, considerando as declarações inverídicas, ofensivas e difamatórias, e classificando a atuação do delegado no julgamento como “teatral”. “O Dr. Cláudio Dalledone Júnior ofendeu não somente um delegado de polícia, mas sim todos os colegas que trabalham diuturnamente na busca da elucidação de crimes”.

Experiência

De acordo com o comunicado, a delegada tem 20 anos de experiência na área investigatória e “sempre realizou trabalhos destacados e de incontestável competência, deixando lembrança por onde passou”.

O órgão justifica que “determinados tipos de crimes, brutais e ausentes de qualquer justificativa (…) guardam um grau de complexidade que reflete no desenvolvimento da investigação criminal. Demonstração de que a delegada de polícia cumpriu sua missão constitucional a contento foi o próprio julgamento dos réus”.