Cope identifica e prende assaltantes de joalherias

O Cope (Centro de Operações Policiais Especiais) identificou uma quadrilha e um casal acusados de assaltar duas joalherias, em São José dos Pinhais e no Pinheirinho, no mês passado. Duas pessoas foram presas e outras quatro estão sendo procurados pela polícia. Outros casos de roubo são atribuídos aos acusados e passam por investigação.

Por determinação da Secretaria da Segurança, o Cope foi incumbido de investigar assaltos a joalherias no Paraná. O primeiro caso, após a portaria da Sesp, ocorreu em 25 de setembro, dentro do Shopping Center Celli, Rua XV de Novembro, centro de São José dos Pinhais. Uma semana depois do roubo – que deu prejuízo de R$ 30 mil, em jóias e relógios – o Cope identificou Sérgio de Souza como integrante da quadrilha responsável pela ação.

Com um mandado de busca e apreensão, o Cope apreendeu na casa de Sérgio – na Rua Teodomiro Furtado, Xaxim -, várias cartas de penhores da Caixa Econômica Federal, documentos de identidade, cartões de crédito e de banco de terceiros, um revólver, uma pistola e munição. A partir da prisão de Sérgio, a polícia identificou os outros acusados do roubo: Marlon Fabiano Zielinski, que no assalto estaria portando um revólver; Juarez Ferreira, flagrado vestindo terno pelo sistema de vídeo do shopping; Rodinei Everson Moura e Paulo Rogério de Lima.

Venda

Segundo o delegado Messias Antônio da Rosa, Sérgio tentou vender cerca de 400 gramas de ouro por R$ 9 mil – R$ 1 mil ficaria com ele -, mas não conseguiu e entregou o material a Paulo. Na casa de Juarez, a polícia apreendeu pulseiras de relógios, mostruários e jóias da loja assaltada, além do terno usado para impressionar as vítimas. “Deram uma de bacana e entraram na joalheria pedindo o cordão mais caro”, falou o delegado.

Segundo Messias, os documentos apreendidos na casa de Sérgio são de clientes e funcionários de outros estabelecimentos comerciais roubados pela quadrilha. A identificação das vítimas ficará por conta da Delegacia de Furtos e Roubos. “Roubaram postos de combustíveis, agências bancárias e outros. Há mais de vinte vítimas”, estima o delegado.

Casal

O outro roubo desvendado pelo Cope ocorreu às 11h30 de 29 de setembro, numa joalheria da Avenida Winston Churchill, Pinheirinho. Um casal de motoqueiros, portando revólver e pistola, levou 80% das jóias e relógios do estabelecimento. No mesmo dia, a polícia identificou Edgar Padilha e Luciane D?Avila Dias Gomes como sendo os assaltantes.

Edgar, que tem antecedentes criminais por assalto, foi preso depois de baleado na perna pela Polícia Militar, semana passada, ao ser surpreendido com um moto roubada. Em seguida o Cope o interrogou e obteve a confissão da participação no roubo. Segundo o preso, as jóias foram vendidas em Foz do Iguaçu por R$ 2.500,00, para um homem conhecido como Gilberto, ainda não identificado oficialmente. A comparsa dele, Luciane, tinha fugido do 9.º Distrito Policial, onde cumpria pena por roubo e tráfico de drogas, e continua foragida.

O Cope ainda investiga outras receptadores. “Temos informações de que alguns ourives do centro de Curitiba compravam os produtos roubados. Assim que os identificarmos, vamos indiciá-los em inquérito”, disse Messias.

Apreendido mapa da mina

O Cope apreendeu dentro da casa de Sérgio de Souza uma interessante amostra do modo de agir da quadrilha, acusada de roubos a joalherias e outros estabelecimentos. Trata-se de um mapa bem detalhado de uma fábrica que seria o próximo alvo do bando. “Sérgio confessou tratar-se de uma fábrica de geladeiras, na Cidade Industrial. O ataque ocorreria no dia seguinte à prisão, data do pagamento dos funcionários da fábrica”, falou o delegado Messias Antônio da Rosa.

Numa folha de caderno escrita com caneta esferográfica, estavam indicados diferentes seções da fábrica, como refeitório, guarita, banheiro e relógio-ponto.

Debaixo do croqui havia informações sobre horários de funcionamento e alcance de visão dos guardas da empresa. “Luz guarita acesa na hora da ceia. Máximo 40 pessoas total. 2 revólveres. Segurança uniforme Metropolitana”, está anotado em um trecho do mapa.

Segundo o delegado, Sérgio não participava diretamente dos assaltos, mas era o responsável pela análise dos alvos. No roubo à joalheria em São José dos Pinhais, provavelmente ele produziu um desenho semelhante. Na etapa posterior, o acusado também faria a revenda dos produtos. “Como tinha ficha limpa, não despertava suspeitas”, falou Messias.

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