Mal estar e impotência são os sentimentos que permeiam religiosos e funcionários do Santuário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, no Alto da Glória. Conhecido pelas novenas de quarta-feira (19), que acontecem regularmente desde os anos 60, o santuário foi assaltado às 7h30 de quinta-feira. Os ladrões sabiam o nome da pessoa responsável pelas chaves da igreja e a obrigaram a abrir a sala do cofre.
O tesoureiro estava neste cômodo fazendo a contabilidade antes de repassar o dinheiro das ofertas das novenas do dia anterior para a empresa de segurança, que faz o transporte de valores. Ele e o outro funcionário tiveram armas apontadas para cabeça e foram obrigados a abrir o cofre. “Nossos ‘queridos’ ladrões não perdoaram. Meteram a mão no dinheiro e fugiram. Houve momentos tensos em que eles foram mais violentos. Mas queriam apenas o dinheiro”, relatou o reitor do santuário, padre Primo Aparecido Hipólito. O valor roubado não foi divulgado.
“Colocamos alarme e circuito de vídeo, contratamos seguranças, mas são medidas inúteis diante de uma arma apontada. O sentimento que fica é de impotência. Aconteceu mais uma vez e não podemos fazer nada”, lamentou o padre Primo.
Outra
Há um mês, a secretaria do santuário, que funciona em uma casa em frente à igreja, foi arrombada durante a madrugada. Os ladrões levaram computadores e comeram o que encontraram na cozinha. Em março de 2012, 14 bandidos mascarados invadiram a igreja para levar o dinheiro das ofertas. Como nenhum dos funcionários tinha as chaves do cofre, eles fugiram sem levar nada.
Antes, porém, cogitaram empregar explosivo para abrir a sala do cofre, mas desistiram. Um mês e meio depois, 12 integrantes da quadrilha foram presos pela Polícia Federal durante operação contra tráfico de drogas, armas e assaltos. Eles também foram acusados de assaltar a sede do Paraná Clube e explodir caixas eletrônicos no interior do estado.
Desfalque
Com o dinheiro das ofertas das quartas-feiras, a administração do santuário mantém o prédio, a rádio na internet e faz o pagamento dos funcionários. Além disso, financia e administra um centro de assistência social que distribui 6 mil quilos de alimento todo mês e uma chácara, na região metropolitana, que oferece tratamento à dependentes químicos. O roubo desfalcou o caixa, mas o padre garante que as ações vão continuar.
“Somos uma instituição sem fins lucrativos. Toda quantia que os fiéis entregam durante as novenas é empregada nestes projetos”, explicou o padre Primo. As novenas acontecem na quarta-feira de hora em hora. Começam às 6h e só acabam depois das 23h, reunindo em média 40 mil fiéis.