Brasília (AE) – O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza deu hoje detalhes e apontou caminhos para que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) Mista da Compra de Votos (ou CPI do "Mensalão") possa fechar as contas sobre a quantidade de recursos pagos a partidos e parlamentares dentro do esquema das supostas mesadas. Valério teve uma reunião de duas horas, a portas fechadas, com integrantes da comissão para esclarecer dúvidas que surgiram na semana passada, durante a acareação entre ele, o ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT Delúbio Soares e dirigentes partidários que receberam dinheiro de contas do empresário.
Do encontro de hoje com Valério, participaram, entre outros, o presidente da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), o relator, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), e os senadores Rodolfo Tourinho (PFL-BA) e Romeu Tuma (PFL-SP).
O empresário chegou à CPI acompanhado do advogado, Marcelo Leonardo. No confronto da semana passada, as informações de Valério e de Delúbio sobre as verbas que repassaram para o PT e o PL não coincidiram com os dados constantes da contabilidade do presidente nacional liberal, Valdemar Costa Neto, e do ex-tesoureiro do PTB Emerson Palmieri.
Na reunião de hoje, segundo senadores, o empresário teria fornecido informações que esclarecem as divergências entre ele e o ex-secretário nacional de Finanças e Planejamento do PT sobre os números.
Os parlamentares que falaram sobre o encontro não deram, porém, detalhes a respeito desses esclarecimentos. No enfrentamento da semana passada, Delúbio disse que repassou para o PL R$ 12 milhões, mas Costa Neto afirmou só ter recebido R$ 6 5 milhões.
Em relação ao PTB, Valério negou, no confrontamento, ter entregue ao ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) os R$ 4 milhões que este afirma ter recebido. Ao fim da reunião, Tuma relatou: "Foi uma conversa importante, e não há contradição entre o que a Polícia Federal (PF) apurou até agora e a versão do Marcos Valério."