Tuma diz que tapar-buracos pode ser fonte de desvio de recursos

Brasília – Movido pela suspeita de que o programa tapa-buracos do governo federal pode representar uma oportunidade para desvio de recursos públicos, o senador Romeu Tuma (PFL-SP) anunciou hoje (5) a decisão de investigar todos os aspectos da operação. De início, ele pretende convocar para depor o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, e diretores do Departamento Nacional de Infra-Estrutura Terrestre (DNIT) em duas comissões: Assuntos Econômicos e Serviços de Infra-Estrutura. "Essa coisa de as empreiteiras serem contratadas sem licitação parece uma tentativa de substituir o ‘valerioduto’" pelo ‘buracoduto’", afirmou Tuma . "Se o ‘valerioduto’ secou, pode aparecer o ‘buracoduto’ para abastecer as campanhas".

O senador disse que, entre outras coisas, é preciso saber os critérios na seleção das empreiteiras escolhidas para a tarefa e quais as razões da iniciativa tida como paliativa pelo próprio ministro. Vice-presidente da CAE, Tuma vai ainda propor a criação de uma subcomissão para acompanhar as obras, além de pedir a fiscalização permanente do Tribunal de Contas da União (TCU). Tuma disse não ser esta a primeira vez que os buracos de estradas encobririam algo mais a ser apurado. Quando presidiu a CPI do Roubo de Cargas, ele disse ter sido surpreendido pela revelação de motoristas, de que os buracos eram abertos propositalmente pelas quadrilhas para dificultar o trânsito dos caminhões e facilitar o seqüestro da carga. "Portanto, acredito que é nosso dever examinar todas as suspeitas", alegou. O senador disse ter ficado "intrigado" pela declaração do ministro Alfredo Nascimento de ser de apenas um ano os efeitos da operação tapa-buracos.

"Ficou claro que é um projeto eleitoreiro", alegou. Para o senador, seria bem mais oportuno se o governo recuperasse as estradas em piores condições. Nas condições anunciadas, Tuma prevê que se chover, "basta passarem dois ônibus para os buracos reaparecerem". Ele explicou que os requerimentos só poderão ser votados no dia 16, quando o Congresso reiniciar suas atividades.

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