TGV ameaça processar consultorias do leilão da Varig

O advogado Otávio Neves, que representa o Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), entidade que fez a única proposta no leilão da companhia aérea, ameaçou ontem processar a Alvarez & Marsal (reestruturadora) e a Deloitte (administradora judicial). Segundo Neves, o questionamento feito sexta-feira pelas duas consultorias atrasou a homologação do leilão e provocou prejuízos ao TGV e aos investidores do consórcio, cujos nomes não foram revelados. A decisão sobre a homologação do leilão deve sair hoje

"Vamos processar os responsáveis pelos prejuízos e perdas com a demora", disse Neves, em entrevista, ontem à tarde. Ainda assim, o advogado disse que os termos da proposta serão ratificados hoje e as informações solicitadas serão prestadas ao juiz Luiz Roberto Ayoub. Neves acredita numa aprovação do negócio, mas, caso a proposta seja rejeitada, recorrerá da decisão. Ele diz existirem quatro investidores no consórcio, mas o edital não o obriga a citar os nomes

Segundo o advogado, as consultorias contestaram a metodologia do cálculo das debêntures de participação no lucro oferecidas em pagamento e indicaram a necessidade dos recursos à vista. A NV Participações, nome do consórcio que fez a oferta, ofereceu R$ 500 milhões, em debêntures equivalentes a 10% do lucro anual da Nova Varig, no prazo de 20 anos, garantido o valor mínimo de R$ 25 milhões ao ano. Ele diz que as premissas para a projeção do lucro teriam sido até mais conservadoras do que projeções feitas pela Alvarez

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da Deloitte informou que tudo o que foi questionado está nos autos e a consultoria vai se manifestar "quando e se" for notificada pela Justiça. Os executivos da Alvavez procurados não retornaram a ligação. "Só a insegurança jurídica dessa discussão trouxe prejuízo econômico e afetou a própria empresa. Isso vai compor um pacote de prejuízos que vamos ter de buscar com alguém", disse, citando que a proposta foi correta e condizente com a urgência do leilão

Neves limitou-se a informar que a NV é formada pela TGV e quatro investidores. Questionado se o dono da OceanAir, German Efromovich, faria parte do consórcio, o advogado não confirmou nem negou. Neves também assegurou que, caso a proposta seja homologada, a NV terá condições de pagar os US$75 milhões previstos em três dias e mais US$ 50 milhões em 30 dias, sem, também, especificar a origem dos recursos

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