Secredaria da Saúde alerta sobre os cuidados com a hantavirose

A Secretaria alerta a população sobre os cuidados com a hantavirose. De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde e Pesquisa, Luiz Armando Erthal, a população deve informar a Secretaria Municipal de Saúde de seu município sobre invasão de ratos para obter orientações seguras sobre as medidas preventivas.

Na semana passada, foi confirmado o 12.º caso da doença, o sexto caso que evoluiu para a morte, por isso é importante redobrar os cuidados. Os municípios atingidos foram Guarapuava, Inácio Martins, Rio Azul, Coronel Domingos Soares e Virmond.

Este ano, a população rural, principalmente da região centro-sul (União da Vitória, Guarapuava, Irati e Pato Branco), deve ficar mais atenta, pois o Estado passa por um fenômeno natural chamado seca da taquara, o qual propicia a ?ratada?, isto é, um aumento fora do normal da população dos roedores silvestres. A chefe da divisão de Zoonoses e Animais Peçonhentos da Secretaria, Gisélia Rubio, explicou que o alimento natural desses animais, que são as sementes da taquara, acabou, e, por isso, os ratos do mato estão devorando plantações, desde pequenas hortas até em grandes propriedades. Existem relatos inclusive de ataques a pequenos animais, como cães, ovelhas e gansos.

Existem informações sobre grande número de ratos do mato mortos nas regiões dos alagados (represas de água). Gisélia esclareceu que os peixes, assim como os cães e gatos que comem os ratos, não transmitem a hantavirose. Os grupos de risco para a hantavirose são agricultores, pescadores, trabalhadores de áreas de reflorestamento, quem vive ou trabalha no campo e quem varre locais fechados (como galpões, paióis, armazéns, casas rurais etc).

As medidas de prevenção são: abrir janelas e portas para ventilar, uma hora antes de começar a limpeza; molhando o chão com água misturada com água sanitária, para não levantar poeira quando varrer; colocar toda a comida em sacos ou caixas fechadas e acima do chão pelo menos a 30 cm; deixar o lixo fora de casa, em latões fechados; limpar a área em volta do alojamento; manter as rações dos animais fora de casa e longe do alcance dos ratos silvestres. No caso de alojamentos rurais, estes deverão ser construídos com uma elevação de pelo menos 1 metro de altura e com rateiras, ou chapéu chinês. Lembrar que a escada deverá ser móvel, para evitar a entrada dos roedores silvestres.

Segundo Gisélia, os médicos devem redobrar a atenção aos pacientes oriundos de áreas de risco (zona rural) e com sintomas rápidos de gripe e dificuldade respiratória, pois poderá tratar-se de hantavirose. ?O tratamento essencial é hospitalar com internamento em UTI, e o mais importante é a administração com cautela do soro glicosado para não levar o paciente a óbito?, afirmou.

Doença

A hantavirose é uma zoonose transmitida ao homem através da inalação de poeiras com fezes, urina e saliva de ratos silvestres contaminados. É uma doença predominantemente rural até o momento no Estado do Paraná. Atualmente no Brasil foram confirmados 582 casos desde 1993 , com 241 óbitos (41% de letalidade). Cabe à Região Sul o maior número de casos (245). No Paraná, desde 1992 foram confirmados até agora 123 casos com 52 mortes (42% de letalidade).

Os sintomas iniciais são semelhantes a uma gripe como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, tosse seca e intensa falta de ar. Também podem ocorrer náuseas, vômitos e diarréia.

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