Santos-SP declara estado de emergência após incêndio

Cerca de 200 barracos da favela da Alemoa, no bairro de mesmo nome, em Santos, na Baixada Santista, foram destruídos durante um incêndio que começou por volta das 2 horas desta terça-feira (19). A Prefeitura de Santos estima que os danos tenham atingido até mil pessoas. O prefeito, João Paulo Tavares Papa (PMDB), decretou estado de emergência com o objetivo de conseguir recursos para as famílias.

O incêndio, cujas causas ainda vão ser investigadas, não deixou nenhuma vítima grave e os moradores intoxicados pela fumaça foram atendidos por ambulâncias no local.

De acordo com o Tenente do Corpo de Bombeiros Marcos Roberto Barbosa Craveiro, os bombeiros começaram o combate ao fogo às 2h40, que foi controlado três horas depois. "A partir daí, começou o rescaldo e o resfriamento", explicou.

Treze viaturas seguiram para o local e 35 bombeiros trabalharam para conter as chamas. "Fora o reforço que recebemos da refinaria Presidente Bernardes (Petrobras), Sabesp e de outras empresas", completa o tenente.

A jovem Tatiana Maria de Oliveira, de 17 anos, é um das moradoras que perderam tudo. "Não salvou nada, até o pernil que já estava no freezer para o Natal cozinhou no fogo", diz entre risos e lágrimas. Tatiana morava com os pais e sete crianças (irmãos e sobrinhos), e trabalhava com vendas por catálogos. "Agora nem isso eu tenho mais, pois os catálogos também queimaram", conta.

O mecânico montador Luciano Gueiros da Silva, de 31 anos, estava em São Paulo trabalhando quando foi avisado da tragédia. "Eu desci correndo e agora não sei para onde vou. Não deu para salvar nem televisão, nem a roupa da minha filha que está pra nascer", lamenta.

A prefeitura está cadastrando os desabrigados que estão sendo encaminhadas para duas escolas municipais. "Ao longo da semana vamos fazer um estudo rápido com a Cohab para verificar que solução em termos de reconstrução das unidades habitacionais perdidas nós iremos adotar", disse o prefeito.

O Chefe da Defesa Civil do Município, Luiz Marcos Albino, afirmou que o motivo do fogo ainda está sendo investigado. "É estranho porque começou no centro do ajuntamento das casas e já descartamos a possibilidade de velas ou gato na fiação", esclareceu.

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