Sanguessugas: Vedoin derruba defesa de acusados

O empresário Luiz Antônio Vedoin fez revelações ontem à CPI dos Sanguessugas que derrubam a defesa da maior parte dos congressistas acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias, abrindo caminho para um processo de cassação em massa. Fechou-se o cerco sobre os parlamentares que receberam dinheiro em espécie e sobre aqueles que estão tentando atribuir a culpa a assessores.

"Ele foi incisivo, claro, preciso e até avexado, como se diz no Nordeste, para responder às coisas com a devida precisão", disse o vice-presidente da CPI dos Sanguessugas, Raul Jungmann (PPS-PE). Vedoin revelou os nomes de mais dois deputados que estariam associados a fraudes com emendas. "Esses deputados devem ser notificados de imediato", declarou Jungmann.

O vice-presidente da CPI informou que Vedoin fez referência a um senador, cujo nome não revelou, que teria conseguido direcionar a liberação de R$ 20 milhões do Ministério da Saúde. A menção foi feita na hora em que ele recomendava à CPI que não se restringisse a investigar emendas, rastreando também os pagamentos "extra-orçamentários" – liberações de recursos do ministério, aos quais a Planam tinha pouco acesso.

Segundo integrantes da CPI, Vedoin teria dado elementos concretos que permitirão confirmar, por exemplo, que o senador Ney Suassuna (PMDB-PB) tinha conhecimento das comissões pagas a seu assessor, Marcelo Carvalho, acusado de receber dinheiro da máfia e preso na Operação Sanguessuga. Suassuna demitiu Carvalho e alega que desconhecia o envolvimento dele com o esquema.

Voltar ao topo