Richarlyson deixou o campo antes do apito final. Agredido pelo ontem destemperado chileno Valdivia, o volante acabou substituído por Souza aos 39 minutos da etapa final. Saiu de campo sob forte aplauso dos são-paulinos – e rindo à toa.
O largo sorriso do jogador tem uma explicação: antes de fechar com a equipe do Morumbi, ele tinha quase tudo acertado com o Palmeiras, chegou a ser anunciado como reforço, mas mudou de idéia. Por isso, recebeu severas críticas dos palmeirenses.
Ontem, Richarlyson voltou a dar a resposta em campo. Já havia desabafado contra os rivais no ano passado, quando também fez um gol. Na época, contudo, passou quase despercebido porque sua equipe perdeu de virada. ‘Fui bem nas duas vezes em que os enfrentei.
No clássico de ontem sua glória foi completa. Ao anotar o terceiro gol são-paulino, definiu o triunfo. ‘Palavras não definem nada. Me criticaram bastante, dei a resposta trabalhando.
O gol de Richarlyson, aos 21 minutos da fase final, realmente foi uma pintura. A partida estava apertada. Até o volante receber a bola, ignorar o pedido de passe do lateral Júnior, ajeitar e soltar a bomba, num forte chute cruzado que acabou no ângulo do gol de Diego Cavalieri. ‘Quem não arrisca, não petisca. Não tive medo de arriscar e aí está’, comemorou o volante, orgulhoso.
O quinto gol na carreira de Richarlyson defendendo a camisa do São Paulo – o segundo diante do Palmeiras – teve um sabor ainda mais especial pelo que o jogador passou neste início de temporada. Ele sofreu um acidente automobilístico e desfalcou o time por diversas rodadas, voltando a ser aproveitado apenas nos últimos dias.
Depois do desabafo, Richarlyson disse não querer ver seu nome mais envolvido em polêmicas. Quer apagar de vez o Palmeiras da sua vida. Suas entrevistas, daqui para frente, serão apenas para falar sobre assuntos relacionados ao seu time, o São Paulo.