Requião reafirma compromissos de campanha na posse

O senador Roberto Requião (PMDB), empossado hoje como governador do Paraná, eleito pela segunda vez, reafirmou compromissos de campanha como a distribuição de leite para crianças carentes, isenção de impostos estaduais para pequenas empresas e revisão de contratos com as montadoras e as concessionárias de pedágio. Porém, logo no início do discurso, destacou que vai trabalhar pelo combate à fome e a redução das desigualdades sociais.
– Entre as prioridades do nosso governo está o combate à pobreza, a erradicação da fome, a reinclusão daqueles que o modelo neoliberal expeliu da sociedade. Por isso, o nosso governo vai fazer opção preferencial pelo pobres, que o nosso governo vai distribuir leite para as crianças, fornecer água e luz de graça e criar frentes de trabalho emergenciais – discursou.
Requião elogiou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e afirmou que o Governo do Estado tem boas relações com o governo federal, com quem pretende trabalhar em parceria. Fiel ao estilo crítico e oposicionista, fez severas críticas ao governo de Jaime Lerner (PFL), que chegou a ser vaiado por populares quando discursava.
– Vamos devolver à administração pública a mais absoluta transparência. É por isso que vamos tornar público os famigerados protocolos secretos assinados com a indústria automobilística – afirmou.
O governador anunciou ainda que, nos primeiros meses, assumirá o comando da Secretaria de Segurança Pública para cumprir dois compromissos que considerou como inadiáveis:
– Primeiro, limpar a polícia, extirpar sua banda podre, promovendo e valorizando os bons policias.
Entre os convidados e autoridades presentes, o ex-general paraguaio Lino César Oviedo foi quem mais chamou a atenção. Convidado oficialmente pelo cerimonial, o ex-general disse ter participado da cerimônia como um amigo pessoal de 17 anos do governador. Acompanhado pelo senador Guillermo Sánchez Guffanti, presidente do Partido da União Nacional pela Ética (Unace), pelo qual pretende sair candidato à presidência, o ex-general fugiu à pergunta se buscava apoio de Requião e Lula para uma eventual candidatura, deixando-o que respondesse.
– Estamos em uma situação política muito particular no Paraguai. No Paraguai não existe Justiça imparcial, que realmente possa proteger os cidadãos em seus direitos políticos. A questão jurídica estamos realizando a nível internacional e em todo o mundo, não só no Brasil – desconversou o senador.
Porém, Oviedo não escondeu que um bom relacionamento com o governador do Estado e o novo presidente são vitais para suas pretensões políticas de voltar ao comando do Paraguai.
– Nenhum governo do Paraguai vai poder governar sem uma boa relação com o Brasil – afirmou.
Esgotadas as possibilidades de entrar com recursos na Justiça do próprio país, Oviedo vive a expectativa de que a pressão de organismos internacionais, como a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, lhe restituam seus direitos políticos para que possa disputar as eleições em 27 de abril. Ele disse acreditar que até 17 de fevereiro, quando se encerra o prazo para o registro de candidaturas, terá vencido os obstáculos judiciais.
– O Paraguai estava em paz, eu estava aposentado e há essa restrição a minha candidatura. Fui afastado por um Tribunal Militar. A corte do Brasil rechaçou porque a Constituição de Brasil, Paraguai e também da Comissão Interamericana, não permite a criação desses tribunais em tempo de paz e para militares aposentados – explicou Oviedo.

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