Rio ? O setor de bens de consumo duráveis – como telefones, veículos e eletrodomésticos ? foi o único setor da indústria que apresentou queda na comparação entre os meses de outubro e novembro de 2005. O setor teve queda de 1,4% em novembro, após alta de 2,7% no mês anterior, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal, divulgada hoje (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
"O setor de duráveis é o que responde mais rapidamente às alterações de comportamento do consumidor", avalia Silvio Sales, técnico do IBGE. Segundo ele, essa categoria é muito suscetível ao crédito. "Ele é a principal expressão do quadro da indústria neste momento, em que ela entra no quarto trimestre reagindo a uma redução experimentada no trimestre anterior", afirmou Sales.
O técnico do IBGE aponta que, entre os bens duráveis, a produção de eletroeletrônicos é a que vem reagindo mais lentamente, refletindo um nível de estoques ainda elevados neste setor. Em relação à produção automobilística, ele afirma que os resultados são mais firmes, em função do aumento das exportações.
Outro fator que tem destaque dentro do setor de duráveis é a produção de celulares, que, segundo o técnico do IBGE cresceu muito nos últimos anos, mas que ele acredita ser pontual.
"Isso deve ter ocorrido por causa de uma redução de demanda interna associada à restrição de importação de componentes para celulares. Este produto sofreu uma queda de 23% em novembro, mas ao longo do ano ainda lidera a expansão dentro de duráveis", aposta Sales.