Promotor que matou jovem volta a atuar no Ministério Público

Thales Ferri Schoedl voltou a ser promotor de Justiça. Ele matou Diego Modanez, de 20 anos, e baleou Felipe Siqueira Cunha de Souza, de 21, na saída de um luau na Riviera de São Lourenço, em dezembro de 2004. Hoje (12), um dia após conseguir liminar para ser reintegrado ao cargo, Schoedl foi ao Ministério Público Estadual (MPE), protocolou ofício se apresentando e pediu designação para alguma função. Em tese, ele pode ser designado até para atuar na Promotoria do Tribunal do Júri, acusando autores de homicídio.

Em agosto, após idas e vindas em sessões de julgamento administrativo dentro do MPE, Schoedl foi exonerado por decisão do Órgão Especial da instituição, por 18 votos a 17. A defesa impetrou mandado de segurança no Tribunal de Justiça (TJ) alegando que houve irregularidades na votação. O vice-presidente do TJ, desembargador Canguçu de Almeida, concordou com os argumentos da defesa e concedeu a liminar.

De volta aos quadros do MPE, Schoedl passa a ter foro especial e deve ser julgado pelos homicídios consumado e tentado pelo Órgão Especial do TJ. Se a liminar for derrubada, o julgamento será no Tribunal de Júri de Bertioga.

Em nota oficial, o procurador-geral de Justiça, Rodrigo Pinho, disse que Schoedl "não apresenta as condições exigidas para exercer o cargo de promotor de Justiça". De acordo com a nota, o MPE ainda não foi avisado oficialmente da decisão. A designação de Schoedl depende disso. Contudo, a liminar deve ser contestada pelo MPE logo na seqüência da notificação oficial.

O pai de Felipe, Wilson Pereira, classificou a decisão como "uma bomba". "Ele (Schoedl) não tem condições morais, emocionais e institucionais para desempenhar uma função como essa. Recebi a notícia com um misto de tristeza e revolta", afirmou. Para o advogado de Pereira, Pedro Lazarini, a concessão da liminar é uma ingerência na atuação do MPE. "O Ministério Público teve uma atitude corajosa ao expulsar o promotor por uma decisão colegiada e legítima. Como toda a defesa deles, os argumentos do recurso são questões burocráticas. Eles não entram no mérito porque têm medo do julgamento.

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