O Porto de Paranaguá completa nesta sexta-feira 71 anos. Inaugurado em 17 de março de 1935, na condição de autarquia, o porto paranaense iniciou suas atividades com os ciclos naturais da agricultura. Desde os embarques de riquezas brasileiras para Portugal pelo antigo atracadouro – localizado na chamada Rua da Praia, no Centro Histórico de Paranaguá – até a transformação no maior corredor de exportação de grãos da América Latina, o terminal atinge a maturidade com exportações recordes.
Em 1990, o porto apresentou uma receita cambial de US$ 2,9 bilhões. Doze anos mais tarde, o resultado já era de US$ 4,1 bilhões. Mas foi nos últimos três anos que o porto registrou um salto jamais registrado em outros portos brasileiros. A receita cambial gerada de 2002 até 2005 cresceu 122%, atingindo valores de US$ 9,1 bilhões em 2005. ?O porto de Paranaguá cresceu em três anos o que não conseguiu crescer em doze?, compara o superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Eduardo Requião.
Além de atingir recordes nas exportações, o Porto de Paranaguá se tornou referência mundial como área livre de transgênicos. Enquanto os demais portos brasileiros enviam ao mercado externo soja convencional contaminada com transgênicos, Paranaguá é o único terminal marítimo do país a cumprir legislação federal, que determina a segregação antes do embarque. Ao exigir a separação dos produtos convencionais e geneticamente modificados, o porto paranaense mantém rigoroso controle, evitando a mistura.
?Os resultados do Porto de Paranaguá estão claros. Ampliamos as exportações de veículos, aumentamos as cargas gerais, resolvemos o problema histórico das filas de caminhões ao longo da BR-277 e exigimos que os navios fossem certificados e nomeados. Tudo isto melhorou a logística do porto de tal forma que o movimento hoje é duas vezes e meia maior que o do Porto de Santos, considerado o maior do país?, afirma ainda Eduardo Requião.
Desde a construção do Corredor de Exportação, ainda no regime militar, o porto não recebia investimentos públicos, pois seu caixa não permitia grandes obras. Em 2003, após a execução de medidas administrativas e de logística, as reclamações de importadores acabaram e os investimentos saltaram do zero para R$ 150 milhões. Além disso, o porto tem atualmente cerca de R$ 227 milhões em caixa. ?Isso demonstra uma saúde financeira nunca constatada ao longo dos 71 anos de história do porto?, diz o superintendente.
Com o início da safra 2006, o Porto de Paranaguá espera bater novos recordes. Este ano, a novidade é implantação das normas internacionais de segurança, previstas pelo ISPS Code – Código Internacional para a Proteção de Navios e Instalações Portuárias – que devem ser seguidas por portos de todo o mundo. O paranaense será o primeiro porto público brasileiro a implantar este tipo de controle.