Suspeito de improbidade vira conselheiro em TCE-RS

O deputado estadual Marco Peixoto (PP), colocado sob suspeita de improbidade administrativa pelo Ministério Público Federal (MPF), vai se tornar conselheiro do Tribunal de Contas do Rio Grande do Sul por indicação de 39 de seus 55 pares da Assembleia Legislativa. Ele vai ocupar a vaga de João Luiz Vargas, que renunciou depois de se tornar réu de ação de improbidade administrativa movida pela força-tarefa de procuradores da República que investigou a fraude do Detran, em setembro.

No dia 19 de outubro, o MPF pediu ao Ministério Público Estadual (MPE) apuração da conduta de Peixoto, que teria agido “de forma incompatível com a moralidade, impessoalidade, probidade e lealdade às instituições públicas” quando, segundo os procuradores, tentou “blindar os interesses de diversas pessoas do seu círculo de amizades e filiados ao PP, todos réus nas diversas ações encetadas pelo MPF no Caso Detran, de modo a torná-las infensas à investigação desenvolvida pela CPI (do Detran) instalada na Assembleia Legislativa gaúcha (no ano passado)”. O MPE ainda está analisando o pedido.

A acusação tomou como base interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal, com autorização da Justiça, de pessoas investigadas pela Operação Rodin com as quais Peixoto conversou. O deputado diz que, como líder da bancada de seu partido, falava de assuntos políticos constantemente com diversos interlocutores, sem, no entanto, tratar de qualquer irregularidade. O parlamentar está em seu quinto mandato consecutivo e poderá permanecer no novo cargo até se aposentar.