Sirkis critica aliança PSB-PT e desiste de ser candidato

As alianças formadas nos últimos dias no Rio de Janeiro continuam a provocar reações entre os insatisfeitos. Depois de ter classificado a aliança de seu partido, o PSB, com o PT do candidato a governador Lindbergh Farias de “suruba”, o deputado Alfredo Sirkis anunciou que não vai disputar novo cargo na Câmara. O parlamentar argumenta que é crítico ao governo de Dilma Rousseff e ao PT e não pedirá votos em uma coligação com os petistas. “Sempre fui crítico ao governo Dilma e ao PT e não posso me beneficiar do quociente eleitoral dos eleitores do PT. Algumas pessoas no meio político me olham como se eu fosse um extraterrestre”, disse Sirkis. O quociente eleitoral determina quantos deputados cada coligação elegerá. Sirkis argumenta que, sozinho, não alcançaria o número de votos necessários. “Eu dependeria do voto dos eleitores do PT. É um constrangimento, um desconforto. Vou levar meu mandato até o fim. No time de base ambientalista, posso jogar em várias posições e a de deputado não é a minha preferida”, afirmou Sirkis.

‘Bacanal eleitoral’

Outro insatisfeito com alianças recentes, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), pegou carona na expressão usada por Sirkis e, na noite de domingo, 22, chamou de “bacanal eleitoral” a aliança do governador peemedebista Luiz Fernando Pezão com o DEM do ex-prefeito Cesar Maia, lançado candidato ao Senado na coligação. A aliança inclui ainda o PSDB e o PPS e reforça o movimento “Aezão”, que prega voto conjunto em Pezão e no candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves. Reeleito no primeiro turno, Paes é um cabo eleitoral de peso na capital e promete empenho da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff. O prefeito ajudou a tentar atrair o DEM para a coligação de Pezão e recebeu em sua casa o deputado Rodrigo Maia, filho de Cesar Maia e presidente do DEM-RJ. Paes, no entanto, foi surpreendido pela escolha de Maia candidato ao Senado, com espaço para pedir voto para Aécio na chapa majoritária do PMDB. O ex-prefeito é vereador e maior opositor de Paes na Câmara Municipal.

O presidente do PMDB-RJ reagiu à crítica de Paes, dizendo que o prefeito tenta se apropriar da parceria do Rio de Janeiro com o governo federal, iniciada no governo do ex-presidente Lula e continuada por Dilma. Por trás da insatisfação de Paes está também sua própria sucessão, em 2016. O prefeito quer que o candidato governista à prefeitura seja o deputado Pedro Paulo, enquanto Picciani, tenta emplacar o deputado Leonardo Picciani, seu filho.