Senadores defendem prisão de Arruda e criticam Lula

A prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido), marcou a sessão de hoje do Senado. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) foi à tribuna criticar a postura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que demonstrou preocupação com o caso. “Meu amigo Lula foi muito infeliz. Ele pediu cautela e diz lamentar o episódio, mas o que não é bom para a democracia é a corrupção. A ética e a seriedade com a coisa pública não são preocupações para o presidente”, discursou Simon, para, em seguida, listar episódios de corrupção envolvendo o governo do PT, como os casos de Waldomiro Diniz e do mensalão. Pré-candidata do PV à Presidência, a senadora Marina Silva, também discursou e defendeu a intervenção federal no governo do Distrito Federal.

Simon e Marina dominaram a sessão matinal. Usualmente esvaziada, apenas três outros senadores acompanharam, em parte, os discursos do peemedebista e da presidenciável verde.

“A prisão de Arruda mostra que político pode ir para a cadeia. Banqueiro ainda não porque o presidente do Supremo mandar soltar”, prosseguiu Simon, referindo-se à decisão de Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), de soltar Daniel Dantas em 2008. “Ontem foi um dia histórico. Foi o dia em que o Brasil falou chega de impunidade”, comemorou o peemedebista.

Sentada à primeira fila, Marina Silva classificou como “muito grave” a crise no DF e disse esperar que a Justiça ajude no encaminhamento “do vácuo de poder” na capital federal. Ela questionou o fato de o vice-governador, Paulo Octávio (DEM), ter assumido o cargo de governador. “Há envolvimento do governador, do vice. É uma situação em que a sociedade fica vulnerável. Eu espero que a Justiça possa ajudar no encaminhamento para o vácuo de poder que temos aqui”, disse.

Ela também alfinetou o presidente Lula e disse que lamentável é a corrupção e a impunidade. “Se as pessoas não querem que abra um precedente negativo com a prisão de governadores, que os governadores sejam zelosos no trato da coisa pública”, anotou.