Só aumenta

Procurador chama caso Brumadinho de ‘maior acidente de trabalho da história’

Militares israelenses começam hoje resgate de vítimas em Brumadinho. Foto: Agência Brasil
Militares israelenses começam hoje resgate de vítimas em Brumadinho. Foto: Agência Brasil

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais atualizou ao final do dia de segunda-feira (28) o número de mortos confirmados no rompimento da barragem de Brumadinho, na sexta-feira (25) passada, em Minas Gerais. Até agora estão confirmados 65 mortos, sendo que 31 deles já estão identificados. Segundo os Bombeiros, oficialmente 279 pessoas estão desaparecidas.

+ Fique esperto! Perdeu as últimas notícias sobre segurança, esportes, celebridades e o resumo das novelas? Clique agora e se atualize com a Tribuna do Paraná!

Segundo o tenente-coronel Flávio Godinho, da Defesa Civil, 386 pessoas foram localizadas pelas equipes de resgate. Os dados são da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e das polícias Militar e Civil. De acordo com o tenente Pedro Aihara, do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, o número de mortos confirmados provavelmente deve aumentar com a retomada das buscas hoje pela manhã.

Maior da história

O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o rompimento da barragem em Brumadinho pode ser considerado o maior acidente de trabalho da história do Brasil, caso o número de mortos ultrapasse 69 (número total de trabalhadores que morreram no desabamento do pavilhão de exposições do Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, em 1971).

‘Esse (de Brumadinho), infelizmente, parece que vai se sobrepor (ao de BH)‘, disse. Uma força-tarefa do Ministério Público do Trabalho em Minas foi criada para acompanhar o caso.

+ Bombeiros do Paraná vão a Minas Gerais para ajudar nos trabalhos em Brumadinho

A primeira medida a ser adotada pelo grupo é assegurar o pagamento de salário aos trabalhadores sobreviventes e às famílias dos desaparecidos até que sejam encontrados. Entre as medidas que podem ser adotadas depois, estão indenizações individuais e por danos morais coletivos.

Auxílio às vítimas

A Caixa Econômica Federal informou ontem que vai conceder uma pausa no pagamento de operações de crédito feitas pela população de Brumadinho e ainda isenção de tarifas. Para os clientes do município, a Caixa vai oferecer pausa especial de pagamento até 90 dias nas operações de Crédito Pessoal e Crédito Direto ao Consumidor (CDC), além de até 60 dias de carência para 1ª parcela em novos contratos. Haverá isenção de três meses também nas tarifas da cesta serviços para os correntistas.

Para as empresas da região, o banco concederá pausa de até três meses para pagamento das parcelas das operações de crédito e isenção de cesta de serviços pelo período de três meses para correntistas. No crédito habitacional, haverá pausa de até 90 dias nas prestações do financiamento imobiliário.

Os trabalhadores que tiverem residência na área afetada poderão solicitar o saque do FGTS, conforme previsto na Lei 10.878/04. O limite máximo será R$ 6.220,00 por pessoa.

Vale promete R$ 100 mil

A Vale anunciou que doará R$ 100 mil para parentes de vítimas da tragédia. O diretor financeiro da companhia, Luciano Siani, disse que famílias já estão sendo cadastradas para receber a doação. Ele frisou que não se trata de indenização, que será definida mais tarde com as autoridades. “Muitas das vítimas eram pais de família e provedores da casa”, afirmou o executivo, dizendo se tratar de uma ajuda emergencial. A Vale anunciou também a contratação de uma equipe de psicólogos especializados em vítimas de tragédias para dar apoio às vítimas na região do acidente.

Já um dos advogados da companhia, Sergio Bermudes, afirma que a empresa não tem responsabilidade sobre o desastre, e pede que sejam reconsideradas as decisões que bloquearam R$ 11 bilhões do patrimônio da empresa.

Pedágio aos voluntários

Um grupo de 28 bombeiros voluntários de Santa Catarina que seguia em seis viaturas para ajudar no resgate e atendimento às vítimas da tragédia de Brumadinho, não foi liberado de pagar pedágio na BR-116 no Paraná. A situação ocorreu sábado passado, na praça de pedágio de Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, e foi registrada em vídeo publicado pelos bombeiros nas redes sociais.

No vídeo, um dos bombeiros se diz entristecido pelo caso. “É uma pena, né? Porque é um esforço gigantesco, todos os integrantes da equipe são voluntários e os carros são caracterizados”, disse um dos integrantes. O subcomandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Indaial, Edson Berri, explica que, por lei as viaturas da corporação não estão isentas da cobrança do pedágio porque não são veículos oficiais. A concessionária não se pronunciou sobre o caso.

Curitibana grávida está entre os desaparecidos da tragédia de Brumadinho