PT e PSB querem acelerar definição de Ciro Gomes

Representantes do PT e do PSB querem se encontrar na próxima semana com o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) para tentar convencê-lo a se candidatar ao governo de São Paulo.

Os partidos avaliam que Ciro é o único nome que consegue unanimidade entre os principais partidos da base aliada do governo Lula e que a demora em definir um candidato em São Paulo já está prejudicando a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República.

“Vamos conversar com Ciro Gomes para ter uma posição definitiva da parte dele. Há uma certa unanimidade entre os partidos de que ele é o nome que mais aglutina”, disse o deputado federal Márcio França, presidente do PSB paulista, ao deixar hoje o encontro que reuniu nove partidos – PSB, PT, PDT, PC do B, PTC, PRB, PSC e PTN, além do PPL (Partido Pátria Livre), ainda sem registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – de oposição ao PSDB no Estado de São Paulo.

O presidente estadual do PT, Edinho Silva, evitou passar a impressão de que a legenda pretenda dar um ultimato a Ciro, mas afirmou que a indefinição de uma liderança no Estado está prejudicando a construção de um palanque para Dilma. “Há um consenso dentro do PT de que essa indefinição não pode se prolongar porque ela começa a prejudicar a ministra Dilma no Estado”, disse.

“Mas, para dar qualquer passo adiante, precisamos saber efetivamente o que quer e o que pensa o deputado Ciro Gomes. Dentro do PT, o ideal é que esse nome seja definido ainda em fevereiro.”

França ressalvou que Ciro Gomes vem dizendo aos integrantes do PSB que poderá ser candidato a qualquer coisa ou a nada, desde que seja convencido sobre isso.

“Desde o começo, Ciro tem dito que faz parte de um projeto político capitaneado pelo presidente Lula. Não quer dizer que será uma submissão, mas Lula será ouvido e respeitado”, opinou.

Pesquisa

França afirmou que o resultado da pesquisa CNT-Sensus de hoje corroborou o pensamento de Ciro, para quem a candidatura do PSB ajuda Dilma a levar a disputa para o segundo turno. “Já tínhamos constatado tempos atrás que os votos de Ciro tendem a migrar para José Serra (PSDB)”, disse França.

Segundo o deputado, o eleitor de Ciro, exceto os mais vinculados às suas raízes no Ceará e no Nordeste do País, é profissional liberal ou integrante da classe média que tem simpatia pelo jeito de Ciro e quer votar mais à esquerda porque não gosta de Serra ou do PSDB mas que, por algum motivo, também não quer votar no PT.

“A estratégia sobre como esses votos podem migrar para a candidata do PT é que estamos tentando encontrar, já que Ciro sempre afirmou que não quer confrontar o presidente Lula”, afirmou.

Já para Edinho, a visão do eleitor deve mudar nos próximos meses. “O eleitor de Ciro tende a se identificar muito mais com a candidatura de Dilma do que com a oposição”, afirmou.