PT e PMDB discutem vice de Vanhoni dia 1.º

A direção do PMDB de Curitiba se reúne na próxima terça-feira (dia 1.º), com o pré-candidato do PT à Prefeitura de Curitiba, deputado estadual Ângelo Vanhoni, para conversar sobre a escolha do candidato a vice-prefeito na aliança que está sendo negociada entre os dois partidos.

O nome que for indicado por consenso será submetido em seguida ao aval do governador Roberto Requião, que retorna hoje do Chile. O nome do vice será anunciado até a próxima quarta-feira, dia 2, no último dia do prazo oficial estabelecido pela legislação eleitoral para que secretários se afastem dos cargos para concorrer as eleições de outubro.

Os integrantes da ala pró-aliança com o PT vão fechar o nome do vice antes da convenção, que anteriormente estava marcada para o próximo dia 12, mas foi adiada para o próximo dia 15. A convenção será realizada na sede do diretório estadual, entre às 17 e 22 horas.

A lista de vices do PMDB começou com quatro nomes, todos secretários de Estado: Nizan Pereira (Assuntos Estratégicos), Cláudio Xavier (Saúde), Luiz Claudio Romanelli (Cohapar) e Renato Adur (Desenvolvimento Urbano). Na última sexta-feira, em entrevista a O Estado, Romanelli disse que ser vice não faz parte de seu projeto e que pode contribuir mais com a candidatura da aliança participando da coordenação da campanha do que compondo a chapa.

Romanelli afirmou que alguns critérios foram estabelecidos para orientar a escolha do pré-candidato a vice-prefeito. Entre as exigências estão experiência no Executivo, boa imagem pública, sensibilidade social e capacidade administrativa. “A idéia é oferecer um nome que complete o perfil do Vanhoni. E não do ponto de vista eleitoral”, definiu o presidente da Cohapar.

Posição

O governador será consultado sobre a indicação de vice, mas publicamente Requião ainda não assumiu uma posição direta em relação ao grupo que prega a candidatura própria do partido, em Curitiba. O governador tem defendido a repetição do acordo entre PMDB, PT e PPS, que o elegeu em 2002. Mas evita se posicionar a respeito da ala que pressiona pela candidatura própria.

Para a direção municipal do partido, não há dúvidas quanto à posição de Requião e a convenção municipal será apenas para homologar a aliança, embora os deputados Gustavo Fruet e Rafael Greca assegurem que irão bater-chapa. “Nós temos a maioria dos delegados à convenção. Será um momento apenas para consolidação administrativa de uma decisão política que já está tomada, apesar de alguns inconformados tentarem mostrar o contrário”, provocou Romanelli.

PFL insiste na candidatura Bertoldi

Enquanto a oposição representada pelo PMDB e PT articula o fechamento das alianças, o PFL está levando adiante a candidatura do vereador Osmar Bertoldi à Prefeitura de Curitiba. Amanhã pela manhã (dia 31), Bertoldi participa com o prefeito Cassio Taniguchi da reunião estadual do partido com todos os pré-candidatos da Região Metropolitana de Curitiba, em São José dos Pinhais, e à noite, ocupará a maior parte dos vinte minutos do programa estadual do PFL, que será veiculado no horário eleitoral gratuito nas emissoras de rádio e televisão. Ele vai apresentar suas propostas administrativas para a cidade.

O PFL de Curitiba tem até o dia 30 de junho para confirmar a candidatura, mas para uma ala do PFL que defende uma coligação com o PSDB, esta decisão está tomada e a pré-candidatura de Bertoldi já passou do estágio de “balão de ensaio”, aparentando ser irreversível. “Existe uma vontade de se definir uma candidatura única, mas já sentimos que o PFL em Curitiba não está disposto a abrir mão da candidatura própria”, avaliou o vice-presidente do partido no Estado, deputado estadual Durval Amaral (PFL).

Amaral disse que há uma pressão de candidatos a vereador para que o partido tenha um nome próprio e descarta a tese de que o lançamento de Bertoldi faça parte de uma estratégia de pulverização de candidaturas aliadas à Prefeitura em benefício do tucano Beto Richa. Uma manobra apontada por petistas e peemedebistas, que não imaginam PSDB e PFL como adversários este ano.

Conforme Amaral, a pré-candidatura de Bertoldi é para valer e a preocupação é saber qual será seu reflexo nas relações com o PSDB, tido como um aliado fundamental do PFL na sucessão estadual, em 2006.

“Para nós, a candidatura própria do partido não pode abrir um abismo entre os dois partidos. Nós não podemos é permitir que esta campanha abra um abismo que venha a inviabilizar um acordo para 2006”, afirmou o deputado. Amaral integra a corrente pefelista que propõe um pacto de não-agressão com os tucanos e que faria do candidato da possível aliança PT-PMDB o alvo preferencial na disputa. “O PT é o nosso adversário. Não o PSDB”, comentou.

Voltar ao topo