Ô dúvida cruel!

PMDB dividido busca unificar posições. Mas não está fácil!

O maior partido do Paraná, o PMDB, está com sérias dificuldades para encontrar sua posição após deixar o governo do Paraná, depois de oito anos de poder. A bancada estadual não sabe se participa ou faz oposição ao governador Beto Richa (PSDB) e, em Curitiba, uma ala trabalha para levar de volta ao partido o ex-deputado Gustavo Fruet, enquanto outra faz esforço proporcional ao contrário.

Pronto para comandar mais uma reunião da executiva estadual, realizada semanalmente, às segundas-feiras, o presidente estadual do PMDB, Waldyr Pugliesi, disse que a diversidade interna dificulta, e muito, a unidade de posições.

“O nosso partido é um ônibus onde entra todo mundo. Temos desde que o cara que dorme sonhando com a reforma agrária até aquele que sonha com a motosserra para acabar com a Amazônia”, afirmou Pugliesi. Ele está tentando buscar um ponto de convergência entre os treze deputados estaduais em torno das duas questões mais urgentes, a posição quanto ao governo tucano e a eleição à prefeitura de Curitiba.

Outra demonstração da falta de sintonia interna está começando a surgir em relação às iniciativas do governo tucano. Enquanto o senador Roberto Requião (PMDB) escreve no microblog twitter, que o PMDB tem que questionar o projeto do governador que recria a agência reguladora de serviços públicos no estado, na qual identifica a semente de um processo de privatização de energia e água, na Assembleia Legislativa, não há um pensamento único na bancada. “Tem uma ala do PMDB que sempre quis a presença pública nas empresas estratégias. Mas tem outra ala que não pensa assim”, definiu Pugliesi.

Unificador?

Em Curitiba, o partido prepara a renovação do diretório municipal no próximo dia 17. O senador Roberto Requião confirmou para Pugliesi que pretende assumir a presidência do partido no lugar de Doático Santos. Pugliesi acha que pode ser o início da pacificação do partido. “É uma passo adiante na composição. Ninguém teria motivo de não querer um ex-governador e senador no comando do partido”, acredita.